À frente da Secretaria Municipal de Turismo, Edmilson Carlos Domingues tem uma dotação orçamentária de apenas R$ 846 mil por ano para pagar as despesas da pasta e viabilizar ações e projetos turísticos para Ribeirão Preto. Apesar disso, ele garante que tem conseguido desenvolver vários projetos. Como, por exemplo, a elaboração, discussão e a aprovação pela Câmara de Vereadores do Plano Municipal de Turismo do município.
Formado em direito, Domingues é também o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto. Em entrevista ao Tribuna, destacou o que a secretaria tem feito e afirmou que as críticas que recebe têm caráter e objetivos políticos.
Tribuna – Sua secretaria tem uma dotação orçamentária muito pequena, cerca de R$ 846 mil por ano. Como programar ações de fomento ao turismo com esta dotação?
Edmilson Domingues – A Secretaria de Turismo adequou seu orçamento à atual realidade financeira da Prefeitura Municipal e tem demonstrado que é possível fomentar e gerenciar o turismo local com responsabilidade quanto ao desembolso de recursos públicos.
Tribuna – O Convention & Bureau de Ribeirão Preto critica constantemente a Secretaria de Turismo ao afirmar que a pasta não tem feito nada pelo turismo da cidade e que o senhor não é técnico no assunto. Como o senhor analisa estas críticas?
Edmilson Domingues – Considero que o Convention & Visitors Bureau de Ribeirão Preto tem criticado a Secretaria de Turismo embasado em falsas afirmações, com forte apelo de oposição política, o que está muito distante do objeto social deles.
Tribuna – O que é o Fundo Municipal de Turismo que a secretaria está tentando viabilizar?
Edmilson Domingues – O Fundo Municipal de Equipamentos Turísticos (criado pela Lei 2.918 de 06/12/2018), objetiva constituir uma poupança e destinar recursos para manutenção e preservação do Parque Permanente de Exposições, Calçadão, e Mercadão Municipal, além de projetos, especialmente, de fomento ao turismo. Estes recursos serão criados, por exemplo, a partir do uso de parte destes equipamentos pela própria sociedade.
Tribuna – Na atual gestão, a sua pasta recebeu a função de coordenar e administrar o Calçadão, O Parque Permanente de Exposições e os dois Centros Populares de Compras. O que tem sido feito em relação a estes equipamentos?
Edmilson Domingues – Estamos trabalhando ativamente na administração dos próprios municipais que passaram a compor a estrutura da pasta e temos conseguido implantar avanços históricos.
Tribuna – De que maneira?
Edmilson Domingues- Em 2018 o Parque Permanente de Exposições recebeu nove eventos com estimativa de público total de 324.950 pessoas. Também elaboramos a proposta de Edital de Chamamento para Procedimento de Manifestação de Interesse visando provocar a apresentação de projetos que irão subsidiar a concessão do Parque com o objetivo de revitalização, modernização, operação, manutenção, gestão e sua exploração comercial.
Tribuna – E quanto ao Calçadão e o Mercadão?
Edmilson Domingues – Em relação ao Mercadão está em fase de revisão do regulamento com o objetivo de promover melhorias em seu funcionamento. Realizamos diversas reuniões com os permissionários e a Associação que os representa, recebendo e avaliando várias sugestões de aprimoramento do atual regulamento. Já no caso do Calçadão foi elaborado o Decreto para Autorizar comércio em áreas públicas no quadrilátero central de Ribeirão cujo objetivo principal foi resolver o problema de comércio informal naquela área.
Tribuna – Em relação ao Centro Popular de Compras existem denúncias que permissionários não estariam adequados à legislação por possuírem outros comércios na cidade. Em que fase está este levantamento?
Edmilson Domingues – A Secretaria de Turismo avalia as condições de funcionamento do Centro Popular de Compras, em conjunto com as demais secretarias afins. Dessa forma, atuamos num levantamento documental do local, análise das legislações aplicáveis, e realizamos uma reunião informativa na qual foram convocados todos os permissionários do CPC. Atualmente estamos finalizando a elaboração de um relatório, com propostas de ação para aquele centro comercial.
Tribuna – Quais são os principais projetos e ações da secretaria?
Edmilson Domingues – A Secretaria do Turismo, pela primeira vez na história da cidade elaborou, discutiu, e conquistou a aprovação do Plano Municipal de Turismo do município. Documento inédito, que dispõe sobre o planejamento e ações para que o setor turístico de Ribeirão Preto possa evoluir e crescer ainda mais, gerando trabalho, emprego e renda. A reativação do Conselho Municipal de Turismo que há três anos não realizava reuniões impactou de forma positiva toda a cadeia do turismo da cidade, oferecendo a oportunidade para que investidores empresários, profissionais da área e sociedade civil participassem das discussões referentes ao tema.
Tribuna – E quanto ao título de município de interesse turístico?
Edmilson Domingues – Também fizemos a elaboração, discussão, aplicação e conclusão para que a cidade receba o título de Município de Interesse Turístico. Uma das exigências para isso era que Ribeirão Preto tivesse um Plano Municipal de Turismo, um Conselho Municipal para o setor ativo e possuísse levantamento dos próprios e equipamentos turísticos da cidade. Fizemos tudo isso e com a aprovação deste título, o que deve acontecer em pouco tempo, garantiremos recebimento de verbas de cerca de R $600 mil por ano para investimentos no setor. No final do ano, o projeto foi entregue aos deputados estaduais Léo Oliveira e Welson Gasparini, pelo prefeito Duarte Nogueira, para que pudesse ser encaminhado e apreciado pela Assembleia Legislativa.
Tribuna – O que significa a letra “A” no Mapa Turístico Brasileiro?
Edmilson Domingues – Ribeirão Preto é o único município com essa classificação na região Norte do Estado. Critérios como infraestrutura turística, órgão de turismo estruturado, dotação orçamentária para a área de turismo e adesão ao Programa de Regionalização do Turismo e à Região Turística são analisados para a classificação.
Tribuna – A Agrishow começa nesta segunda-feira. Qual a importância da feira para o turismo de negócios da cidade?
Edmilson Domingues – É de extrema importância para o turismo da cidade. Primeiro pela injeção de recursos financeiros que promove diretamente em toda nossa cadeia de prestação de serviços, como restaurantes, shoppings e demais estabelecimentos comerciais, vide a ocupação de praticamente 100% de toda rede hoteleira. Em 2018, a Agrishow cresceu 23% em relação ao ano de 2017, gerando R$ 2,7 bilhões em negócios. Foram R$ 50 milhões que circularam em Ribeirão Preto e região, por meio do consumo de serviços e produtos por quem participa, expõe e visita a Feira. A Agrishow coloca Ribeirão Preto em visibilidade nacional e internacional; são mais 150 mil visitantes de 70 nacionalidades que desembarcam em nosso município, nos proporcionando a chance de apresentar nossos atrativos turísticos e principalmente nosso potencial em realização de novos negócios e atração de novos investimentos.
Tribuna – Qual a participação da Prefeitura na viabilização desta edição da feira?
Edmilson Domingues – A Prefeitura apoia a Agrishow institucionalmente. Além de ser expositora também tem papel de autorizar a realização do evento por meio da emissão de alvará.