Tribuna Ribeirão
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As regras do jogo têm que ser construídas pela maioria!

José Eugenio Kaça *
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Desde os meus tempos de criança, eu ouvia os adultos ao meu redor falaram que o Brasil era o País do futuro, no entanto, não havia a compreensão que neste futuro os pobres de maioria preta não estavam incluídos, pois a estratégia de dominação alicerçada no ódio considera os pobres uma classe de seres humanos inferiores, e por conta disso fazem de tudo para manter essa população miserável morando em locais sem saneamento básico, mantendo o falso discurso da meritocracia, que é só trabalhar que a vida melhora, mas os caminhos da construção uma verdadeira Nação existem bloqueis e pedágios quase intransponível pela maioria da população.

As regras do jogo de dominação dos donos do poder são modificadas quantas vezes forem necessárias para que o time que representa o poder não corra riscos de perder o campeonato. Na visão de especialistas o Brasil, junto com a Índia e a China seriam as referências do século 21 – Índia e China estão sendo protagonistas, e o Brasil? A classe dominante brasileira, que as custas da classe trabalhadora é rica e poderosa, não consegue ser uma elite, destila seu ódio e preconceito contra os pobres pelo simples fato de se acharem seres humanos superiores, e que foram escolhidos por Deus, pois gozam da sua amizade, e como amigos de Deus têm todos os seus pedidos atendidos.

Não permitir que a figura geométrica que represente a sociedade brasileira passe a ser um trapézio e deixe de ser uma  pirâmide é a eterna luta dessa gente que tem uma linha direta com Deus. Pensar em ter uma quinhão de igualdade entre nós seres humanos, para essa gente é coisa de comunista, mesmo a maioria não saiba o significado dessa palavra, mas como papagaio repetem o que ouvem. Um país é regido pela sua Constituição, que é o livro sagrado de seu povo. Acontece que no Brasil a imiscuidade entre religião e o Estado têm contribuído de forma cabal para o nosso atraso social.

Fala-se muito do analfabeto funcional no Brasil, como se fosse coisa de gente pobre e preta, que na visão retrógada dessa gente de “bem” tem dificuldade no aprendizado, no entanto, os meios políticos abrigam centenas ou milhares de analfabetos funcionais com diploma universitário – o Congresso, as assembleias e câmaras de vereadores estão ai exibindo as atrocidades produzidas contra a população. Aviltam a Constituição cidadã, usam o Velho Testamento como fundamento para as suas ações políticas, afirmam que a nossa Carta Magna, nas questões sociais é comunista, e em nome de Deus, que só ouve suas orações. E em nome de Deus querem abolir alguns artigos que tratam da proteção social da Constituição brasileira.

Um dos artigos que essa gente “superior” ataca constantemente é o artigo 3º, que constitue os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; 

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 

A luta é árdua, não permitir que essa gente transforme o Brasil em um Estado fundamentalista religioso é a principal pauta dos brasileiros verdadeiramente patriotas.

O País do futuro se constrói no presente, e só com uma educação pública de qualidade vai alicerçar este futuro.

* Pedagogo, líder comunitário e ex- conselheiro da Educação  

 

 

 

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