Como dizem, muitas vezes, “éramos felizes e não sabíamos”. Só não podemos fechar os olhos e ignorarmos a vida como ela é, seus bons e maus momentos. Somos forçados à reflexão, encarar a realidade que nos aproxima de tudo. É preciso buscar a força interior que nos conduz, com as nossas verdades, crenças, diferenças e muita coragem para si e para dar. Sempre há quem precise. Meditem !
Inacreditável. Quase duzentas mil mortes. Milhões de brasileiros infectados, doentes, vidas em risco, famílias atemorizadas, dramas pessoais que colocam em dúvida o futuro de pessoas que jamais imaginavam atravessar o sofrimento que se generaliza. Olhe ao seu redor e pense!
Uma família dos Campos Elíseos (bairro tradicional e popular de Ribeirão) aprendeu conviver com o trabalho rotineiro do seu patriarca como representante comercial, viajava toda segunda-feira na primeira hora, enfrentava as estradas de Minas e Goiás, sua volta era esperada e comemorada aos finais de semana. Num dia de 2020 as dores de cabeça e a dificuldade de respirar o levaram ao hospital. Foi só para ouvir o médico. Chegou, entrou e ficou. Depois, sua esposa também aportou na mesma UTI. Mais alguns dias e ali deu entrada um dos filhos. O outro, mais novo, ocupou um leito na semana seguinte. Não se falavam, a saúde de cada um não permitia.
Certamente se comunicavam com os “radares” que temos. Os familiares recebiam notícias passadas pelo hospital. De repente …o silêncio, não se sabia mais nada! Nenhum deles estava ali: todos haviam morrido. Seus corpos nem velório tiveram, atendendo protocolo dessa doença maldita. Foi o final do amigo Manoel e de sua família.
Felizmente nem todos morrem. Nem todos são internados, não chegam aos hospitais ou às UTIs. Mas o medo afeta a todos, jovens ou idosos. Os mais cautelosos se isolam, evitam contatos, até pais se afastam dos filhos. Alteram-se hábitos, o telefone é usado para dar ou pedir notícias.
Há quem solicita remédios e alimentos pela internet, à farmácia, supermercado ou a restaurante.
Um casal de 80 anos, amigo de “tantas jornadas”, não sai de casa desde março: um filho (casado) leva a comida e entrega na portaria, não sobe ao apartamento. Os netos chorosos são barrados na recepção: ventilada, acenam a distância aos avós, uns aos outros mostram-se que continuam vivos. Evitam aglomerações. Aguardam o dia em que tudo voltará ao normal (!!!).
Todos se sentem ameaçados pela doença. O perigo é reconhecido e sem data para colocar fim a esta tragédia.
Assim, esse país não precisa de terroristas, que não acreditam em ninguém, nem em nada. Não se apresentam como os antigos terroristas. Hoje são “colarinho branco”, nossos representantes e, em nosso nome, fazem o que não autorizamos. Minimizam os dramas, ignoram a ciência e se omitem na busca de soluções que a humanidade tem convicção da sua importância e necessidade.
É o caso da vacina contra a covid que virou polêmica dos políticos. Agem como se ninguém estivesse morrendo. Um morto a menos não lhes importa? O sofrimento, a dor, nada lhes diz? Revejam suas posturas e contribuam para a formação das futuras gerações.
Se possível, um Feliz Natal!