Tribuna Ribeirão
Artigos

As doenças estão aí 

Dr. Adão F. de Freitas *
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Nos últimos meses temos estampados aqui mesmo nesse espaço uma série de matérias dizendo respeito ao quadro sanitário do país de uma maneira geral, do nosso estado, da nossa macrorregião e de nossa cidade de Ribeirão Preto, em particular.

Trata-se de um cenário sob todos os aspectos francamente desfavorável.  E isso nem poderia ser diferente uma vez que todos os fatores que apontam para essa situação já são sobejamente conhecidos de todos nós brasileiros conscientes e que acompanhamos o dia-a-dia dos acontecimentos. 

Uma vez que a pandemia de covid-19 foi colocada pelos menos sob controle, outros aspectos dessa terrível doença continuaram e continuam trazendo incômodos terríveis aos portadores do vírus responsável por essa doença.

Assim, pensar que a doença covid-19 desapareceu é uma ingenuidade completamente descabida.  Graças ao impacto causado pelas doses da vacina anti-covid observou-se uma queda muito grande no número de óbitos e no número de portadores da doença em sua forma grave.

O Brasil devido ao seu caótico e inoperante sistema de saúde foi um dos países do mundo que mais sofreu e foi também o que teve número de óbitos inaceitáveis, número de pacientes graves necessitando de internações em CTI ( Centro de Tratamento Intensivo )  e também de necessitados de exames laboratoriais, de imagens, de pacientes necessitando de procedimentos dialíticos, entre outros.

Uma vez submetidos ao controle, essa terrível doença chamada covid-19 teve seu vírus causador ainda atuante, porém levando a um impacto menos do que antes da vacina.

Infelizmente as medidas propostas executadas pelo governo deixou a desejar em muitos aspectos e a população foi quem sofreu ainda mais e continua sofrendo, mas em menor escala.

É de se salientar que como o foco principal durante a pandemia foi o combate à doença, as outras doenças como a Dengue, a Chicungunha e as outras doenças crônicas permanentes como a gripe, as infecções respiratórias em geral, a pneumonia, essa última causando óbitos com maior frequência.

Com relação a essas doenças nenhuma medida de combate tanto preventiva como curativa foi tomada.  E elas continuam ceifando vidas.

Agora, devido ao aumento do número de óbitos pela covid-19 e o assustador número de óbitos causado pela Dengue, as autoridades do governo federal tiveram que tomar medidas urgentes no sentido de aprovar a vacinação em massa contra a Dengue na população dos quatro aos sessenta anos, pois as vacinas aprovadas até agora não contemplam pessoas acima dessa faixa etária.

E isso se deve ao fato de o Ministério da Saúde não ter levado a sério a necessidade da vacinar todas as pessoas.  No tocante à essa atitude vale dizer que nada de novo existe nesse cenário, pois a pasta da saúde tem sido sucessivamente administrada por quadros pouco competentes diante de um cenário que exige alto nível de capacitação profissional e seus ocupantes têm deixado a desejar quanto a esse importante quesito.

* Médico clínico geral e cardiologista, mestre e doutor em Medicina pela
FMRP-USP 

 

 

 

 

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