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As crises da pandemia

Quem poderia imaginar que um vírus transformaria a realida­de em tão pouco tempo. Enquanto o mundo se isola, profissionais da saúde atuam incansáveis na linha de frente no atendimento às vítimas, autoridades e setores produtivos buscando mecanismos para administrar o caos e a ciência focada em entender como combater o inimigo invisível. Nosso olhar sobre a vida sofre mu­danças a cada instante e nos impõe a vencer novos desafios.

Este momento da covid-19 é sem precedentes na história re­cente devido às consequências devastadoras, embora a Humani­dade já tenha enfrentado outras doenças com potencial de conta­minar o mundo, como a peste bubônica e as gripes espanhola e do H1N1. E quando achávamos que estávamos caminhando em uma crise de saúde pública mundial, entrávamos também a passos largos em outras crises social, econômica e política.

O enfrentamento histórico das desigualdades sociais foi agravado, entre janeiro e março deste ano, com as fortes chuvas e desabamentos em diversos pontos do País. Tomando como foco a Baixada Santista, esse cenário resultou em mortes e centenas de famílias desabrigadas. E antes que pudéssemos nos restabele­cer, logo após, com a pandemia da covid-19, nos vimos em uma crise de saúde sem igual, trazendo preocupação quanto à alta transmissibilidade da doença, e com impactos devastadores para a economia e atividade produtiva. E por fim, uma crise política, em âmbito nacional, que traz instabilidades.

Em meio a este caos, o planeta está se readequando, ante­cipando projetos futuros. E com a educação não é diferente. Segundo a Unesco, mais de 1,5 bilhão de estudantes estão sendo afetados com as medidas de afastamento para conter a dissemi­nação do novo coronavírus.

Estamos vivenciando quebras de paradigmas e vendo surgir novas formas de atuar no processo de ensino e aprendizagem. Neste desafio inédito, a Educação está se reinventando para continuar com a necessária missão de transformar vidas, mediada por tecnologia. A Unaerp estabele­ceu uma parceria com o G Suite for Education, uma plataforma que permite as aulas no horário normal das disciplinas, com os professores e alunos nas salas de aula virtuais, em tempo real, com a possibilidade de interação e dinâmicas práticas em aula.

O mundo como conhecíamos talvez não mais exista, em diversos aspectos. Tenho refletido se estamos enfrentando essa pandemia por todas as atitudes desumanas e impiedosas de anos que o ser humano vinha praticando. Porém, a angústia da incer­teza de como vão ficar as coisas não pode nos consumir. Toda situação tem aspectos positivos e negativos, e nessa pandemia, podemos olhar o lado bom do fortalecimento dos laços familia­res, do mundo com mais exemplos de solidariedade ao próximo, de percebermos a importância da presença, do contato físico, do abraço, do estar junto. Ainda assim, como existem opiniões opostas, há aqueles que preferem julgar e apontar o que é certo ou errado, sem ser construtivos.

O momento é complexo e delicado, e tenho a convicção de que não temos o direito de errar. Precisamos utilizar nossa habilidade de nos adaptar de forma profícua. Precisamos ficar silentes, nos fortalecer, crescer neste novo mundo de descobertas. Certamente, seremos pessoas renovadas, mais fortes e solidários quando tudo isso passar. O mundo nunca mais voltará a ser o mesmo, e a Educa­ção tem papel fundamental nesta reconfiguração da sociedade.

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