Uma pesquisa encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mostra que 87% dos estudantes que já estão frequentando aulas presenciais estão se sentindo mais animados, 80% mais otimistas e 85% mais interessados pelos estudos. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Data folha e é a sétima de uma série que vem acompanhando a percepção das famílias brasileiras a respeito dos desafios da pandemia na educação desde 2020.
De acordo com o levantamento existe uma relação direta entre o aumento de estudantes nas escolas que retomaram, mesmo que parcialmente, as atividades presenciais e a redução dos índices de desmotivação e dificuldades na rotina dos estudantes da educação básica.
Outro dado positivo é a percepção dos pais e responsáveis em relação ao aumento da aprendizagem dos estudantes que tiveram a escola reaberta (56%) e aqueles que continuam nas atividades remotas (41%). Por outro lado, 39% acreditam que os estudantes se sentem despreparados em relação ao aprendizado, e que 19% estão com dificuldades no relacionamento com professores ou colegas.
A etapa qualitativa da pesquisa, realizada pela Rede Conhecimento Social por meio de grupos de discussão com famílias de estudantes, confirmou esse estado de apreensão tanto com defasagem de determinados conteúdos quanto com o possível desinteresse dos estudantes. Os participantes acreditam ainda que o apoio dos governos e das instituições de ensino é relevante neste momento e que é preciso definir com urgência o modelo que será adotado nas escolas, propor um cronograma e um planejamento de atividades.
Os resultados da pesquisa demonstram o quão importante e urgente é a retomada das atividades presenciais nas escolas. Também apontaram para a necessidade de um esforço conjunto da sociedade para recuperar a confiança e a autoestima dos estudantes, para que eles permaneçam na escola e possam recuperar mais rapidamente as defasagens no aprendizado geradas pela pandemia.
“Cada rede de ensino empreendeu importantes esforços para a continuidade do aprendizado durante este longo período de afastamento do ambiente escolar. O professor foi o maior vínculo entre aluno e escola e se desdobrou para se adequar às novas tecnologias e propor atividades que estimulassem a atenção dos estudantes”, avalia a superintendente do Itaú Social, Angela Danemann.
Para ela, é preciso atenuar as marcas deixadas pela pandemia na educação o que exigirá um aprofundado ainda maior do debate sobre formato, currículo, habilidades prioritárias e investimentos para o retorno. “Os alunos precisam ter a chance de recuperar a aprendizagem de forma efetiva e com equidade, considerando todas as perdas que os grupos mais vulneráveis passaram”, afirma.
Alfabetização
A pandemia impactou o aprendizado de todos os estudantes, mas aqueles em processo de alfabetização do 1º, 2º e 3º anos foram especialmente afetados. De acordo com a pesquisa, 74% dos pais e responsáveis responderam que o que mais ajudaria na evolução do processo de aprendizagem na volta às aulas presenciais é a presença do professor, enquanto apenas 8% consideram a companhia de outras crianças.
A dificuldade para ler e escrever é uma preocupação de 35% dos pais e responsáveis, 26% consideram não aprender o conteúdo adequado para a etapa de ensino e 21% temem que os estudantes não tenham base suficiente para passar para os próximos anos escolares.
A Secretaria Municipal da Educação de Ribeirão Preto está finalizando a data do retorno de 100% dos 47.271 alunos da rede municipal de ensino às salas de aula. A previsão inicial era de que elas acontecessem no dia 3 de novembro, o que não aconteceu. Já na rede estadual, o retorno obrigatório começou a valer no dia 18 de outubro.
Parceria vai oferecer inglês para alunos
As escolas municipais de Ribeirão Preto vão oferecer mais aulas de inglês para os estudantes do Ensino Fundamental. Para isso, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) assinou acordo de cooperação com a editora da Universidade de Cambridge para aquisição de um novo material didático que será usado na reestruturação do ensino de língua inglesa.
A partir de 2022, o inglês será implantado com três aulas semanais para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), e as aulas para os anos finais (6º ao 9º ano) serão ampliadas de duas para cinco durante a semana. A iniciativa tem como principal objetivo oferecer um ensino de língua inglesa totalmente inserido em um contexto de globalização e de interação social.
A Editora da Universidade de Cambridge (CUP) é reconhecida como a primeira editora do mundo, fazendo parte da renomada Universidade de Cambridge, que tem como missão promover a disseminação do conhecimento, da educação e do ensino de língua inglesa com excelência. A parceria terá vigência de cinco anos, no período de 1º de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2026 e o valor investido é de R$ 3.185.730,28.
Os professores da rede municipal de ensino também terão uma ampla capacitação, tanto aqueles especialistas em língua inglesa como os professores regentes com formação acadêmica compatível. Esta formação será tanto no aspecto linguístico como, principalmente, no aspecto metodológico.