O artista plástico e soldador industrial da cidade de Apiaí (SP), Atanael Moura Slompo, entra para o RankBrasil pelo quadro feito com maior número de pregos. A obra confeccionada em madeira de MDF tem 14.591 pregos e traz como cenário a natureza e imagens figurativas que representam a cultura de seu município.
De acordo com o recordista, a ideia de criar um quadro com pregos surgiu enquanto ele estudava a arte de cordas. “Vi uma publicação sobre o antigo recordista na modalidade e tive a ideia de superá-lo”, diz. Atanael Moura explica que na época estudava as artes dos turcos, que são bastante diferentes do Brasil. “Então desafiei a mim mesmo para treinar a técnica turca chamada ‘filografie’ assim criei o quadro”.
A obra foi feita em aproximadamente um mês, depois teve a parte técnica de observação para verificar se estava tudo correto. “Eu começava o trabalho às nove horas da manhã e só parava de madrugada, quando estava exausto. De dia eu pregava os pregos e à noite fazia a tecelagem da linha”, conta.
Segundo ele, entre as dificuldades para produzir a obra estavam descobrir o que fazer e como fazer, juntar as figuras e colocar nas posições corretas, e conseguir patrocínio. “Outro obstáculo foi a própria fabricação do quadro, considerando uma arte nesse modelo e técnica”.
Atanael Moura destaca que o recorde junto ao RankBrasil é algo espetacular. “É um legado no mundo do stringart (arte com cordas ou com alfinetes e fios) e também uma motivação para outros artistas no futuro”, afirma. As imagens do quadro representam símbolos, monumentos e a biodiversidade da natureza.
Relata a história da cidade de Apiaí, que é o portal da Mata Atlântica. Conforme o recordista, todos os detalhes da obra têm uma explicação. A águia voando representa a primeira fábrica fundada por uma empresa da cidade e a moringa de fio de cobre significa a cerâmica que é o principal artesanato da região.
O coreto era um palco onde antigamente a banda da cidade se apresentava e o relógio de sol, uma ferramenta científica para ver a hora. O homem negro lembra a escravidão na época da exploração do ouro e o com a enxada nas costas representa os agricultores da cidade.
As duas mulheres recordam as artesãs, e o pote de barro que é um símbolo hoje, antigamente era uma urna mortuária. O símbolo em “v” significa uma homenagem aos militares da força aérea que participaram da segunda guerra mundial. O monumento da Lua é uma homenagem pela chegada dos astronautas.
As araucárias são árvores naturais da região, e os pássaros e a onça são animais que também se encontram na região. O senhor de chapéu ao lado do coreto que está só de passagem é uma releitura do quadro de Vincent van Gogh (1853-1890). A estátua do homem bateando ouro dentro do rio representa a releitura de um monumento da cidade.
Já o macaco pequeno embaixo do coreto é um bugio, que ficava numa das árvoresdo município e era atração para as pessoas. O mirante no monte representa um lugar onde é possível ver a cidade de cima, a vegetação abaixo é o morro onde era extraído o ouro, e as torres são de rádio e uma de celular que ficam no meio da mata.