Campeão olímpico e mundial nas argolas, o brasileiro Arthur Zanetti decepcionou em sua participação no Mundial de Ginástica Artística, que está sendo realizado em Montreal, no Canadá. Depois de quase não avançar à final de seu aparelho preferido – ficou na oitava colocação na classificatória -, o ginasta melhorou um pouco o seu desempenho neste sábado, na final, mas terminou na sétima posição na classificação geral.
Com a nota 14.900 – 0.200 a mais que a classificatória -, Arthur Zanetti só foi melhor na final que o britânico ???. Atual campeão olímpico, no Rio-2016, o grego Eleftherios Petrounias ficou com a medalha de ouro (15.433), o russo Denis Abliazin (15 333) com a de prata e o chinês Yang Liu (15.266) com a de bronze
“Eu não tinha nenhuma expectativa de medalha, fui para competir, voltar às minhas origens, fazer a competição por mim mesmo. Era fazer o meu melhor possível e é o que eu tinha para hoje (sábado). Fiz minha prova. Eu até achei que teria de diminuir um pouco a minha prova para aguentar, mas consegui fazer a minha série oficial até o fim e estou satisfeito por isso. Agora é voltar para casa e trabalhar”, afirmou Arthur Zanetti, logo após a sua apresentação.
O ginasta brasileiro tirou longas férias após o exaustivo ciclo olímpico – ficou com a prata no Rio, em 2016, a sua segunda medalha olímpica após o ouro de Londres/2012 -, passou por cirurgia no ombro esquerdo e lesionou o antebraço direito em agosto passado. “Até quando estou em primeiro não estou satisfeito porque a gente sempre pode fazer algo melhor na série Nunca vai estar bom, sempre vai ter algo a melhorar”, disse.
O brasileiro enfrentou uma prova muito forte nas argolas neste Mundial. “Os três medalhistas olímpicos estavam aqui e também finalistas em Mundial, um nível muito alto… Azar o meu que não estava no melhor da minha forma”, comentou.
Arthur Zanetti ainda não tem o planejamento para o próximo ano. “É difícil falar. Vou trabalhar. No ano que vem começam a mudar os objetivos porque as competições serão classificatórias para os Jogos Olímpicos (de Tóquio, no Japão, em 2020)”, finalizou.
TÉCNICO – O técnico de Arthur Zanetti e coordenador de ginástica artística da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Marcos Goto, disse que o primeiro objetivo foi cumprido, que era alcançar o maior número de finais possíveis. Além de Zanetti nas argolas, o Brasil contou também com Caio Souza na decisão do individual geral masculino, Thaís Fidelis no individual geral feminino e no solo, que será neste domingo.
“Desde o inicio tínhamos traçado como objetivo vir ao Mundial com os atletas que tinham a possibilidade de estar no maior número de finais e conseguimos cumprir uma parte. Viemos com quatro ginastas, deles três conseguiram finais. Entre eles, dois estão entre os oito melhores do Mundo em um aparelho. A nossa quota para esse início de ciclo foi concluída. Vamos esperar amanhã (domingo). O Arthur ainda não está 100% por conta da cirurgia, mas está entre os oito melhores, se mantendo na elite da ginástica”, resumiu Marcos Goto.
O treinador lembrou que esse está sendo um início importante de ciclo, visando aos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. “Estamos retornando após um ciclo olímpico muito duro, com vários atletas que passaram por cirurgia, inclusive o Arthur (Zanetti) e o (Arthur) Nory, o Chico (Francisco Barretto) que se lesionou antes da competição. Precisamos melhorar e voltar aos 100%”.
Neste domingo, o Brasil faz a última final por aparelhos, no encerramento do campeonato. Thaís Fidelis compete no solo, a partir das 14 horas (de Brasília). A jovem estreante da seleção disputa o primeiro Mundial adulto da carreira e já alcançou uma posição entre as melhores.