Valdir Avelino *
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Recentemente, um relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou as desigualdades de acesso à arte e à cultura no país. De um lado temos cidades como São Paulo, onde na Avenida Paulista encontramos inúmeros museus, centros culturais, conjuntos de cinemas e teatros e em outros pontos da mesma cidade, na periferia, não há qualquer espaço público ou privado para este fim, nem ao menos uma escola de desenho ou artesanato.
Assim, a preocupação com o acesso desigual à arte e à cultura em Ribeirão Preto, na minha humilde opinião, deveria ser mais destacada pelos nossos candidatos à prefeito. O fato de a discussão ser extensa não tira o dever dos atuais postulantes de colocar em pauta essa matéria tão importante. Sem debate, a tendência é que essa situação gravíssima perdure por mais quatro anos. Isso é muito ruim, pois a condição de vulnerabilidade social do nosso povo pode ser medida pela falta de acesso a serviços e políticas públicas, inclusive à cultura e à arte. E o que não faltam em Ribeirão Preto são ativistas capacitados e muitos dispostos em contribuir, com protagonismo, em projetos artísticos e culturais.
Por isso temos que fortalecer tudo o que Ribeirão Preto já possui em termos de cultura e arte. Mas, num projeto de quatro anos, precisamos avançar!
Nos bairros, por exemplo, precisamos aumentar o funcionamento de espaços e equipamentos culturais. Se não há como diminuir a distância física entre os equipamentos culturais e as regiões periféricas, apenas a construção e o funcionamento de novos espaços culturais nos bairros poderão encurtar essa distância. Políticas públicas de fortalecimento da arte e da cultura são parte do exercício pleno da cidadania e, quando levada aos bairros, contribui fortemente para o desenvolvimento das comunidades e da cidade como um todo.
A arte e a cultura representam um ativo econômico importante para qualquer município. Por isso mesmo os investimentos nessa área não podem ficar em segundo ou terceiro plano. Com o serviço público municipal na área da cultura fortalecido e valorizado, nossa cidade será capaz de respaldar e incentivar manifestações culturais e artísticas que nascem e buscam transformação social em Ribeirão Preto. Com políticas públicas voltadas para iniciativas que preparem e fortalecem nosso povo, Ribeirão Preto tem tudo para avançar no processo de acesso à arte e à cultura. Mas a chave do sucesso de qualquer política pública é o reconhecimento do papel imprescindível dos nossos servidores.
A democratização urgente do acesso da população mais vulnerável a espaços culturais deve ser efetivada não apenas com projetos feitos nos bairros, mas também através do incentivo e valorização aos centros de arte e de cultura já existentes. Eu não tenho a menor dúvida de que nossos servidores municipais da área da cultura estão prontos e capacitados para, ao lado da sociedade, efetivarem projetos e políticas públicas dessa natureza.
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis
Arte e cultura na agenda eleitoral
