Treinadores adoram chegar nos clubes impondo sua filosofia de trabalho. O famoso joga “do meu modo”. O argentino Ariel Holan revelou, porém, que ele é quem está se adaptando ao estilo do Santos. Nada de buscar revoluções na equipe.
Com um grupo repleto de jovens da categoria de base, a meta do comandante é não “inventar”. “Antes de comandar uma equipe, temos que avaliar se o elenco pode jogar com a forma que nos sentimos seguros. Se não for assim, é melhor esperar uma próxima oportunidade. Temos que respeitar as características de ambos”, disse o técnico, em entrevista à ESPN da Argentina.
Ele garantiu estar curtindo muito a experiência e não deixa de elogiar o futebol brasileiro e seus talentosos jovens. “O futebol brasileiro tem muita técnica. O que mais me chama a atenção é justamente a técnica de todos. Os jogadores começam sua trajetória no futsal e na praia também. E depois vão ao campo. Tudo isso faz com que sejam muito técnicos”, enfatizou. “E temos muitos jovens, praticamente começamos (a temporada) com o sub-20”, justificou.
Nada, porém, que o abale. Pelo contrário. “Quando eu era jovem, o Santos já era uma marca no futebol mundial. Clube do Rei Pelé, de Neymar e tantos outros. Clodoaldo, Serginho… Fundamentalmente Pelé? Não. O clube se caracteriza por fazer as transferências mais importantes dos últimos 15 anos no Brasil”, observou. “Vejo os muros do Santos (pinturas no Centro de Treinamento) com tantas estrelas… É muito motivador e mobilizador. Uma experiência extraordinária e estou desfrutando muito.”
O próximo jogo do Santos é na Argentina, diante do San Lorenzo, terça-feira, pela fase prévia da Libertadores. É o último passo para estar na fase de grupos e o treinador promete marcação forte e pressão na saída para o ataque em busca de somar um bom resultado.
“Os grandes times têm sistema defensivo sólido. Cada um escolhe como quer defender. Queremos defender com posse de bola. E não podemos estar desorganizados nas transições. A forma que me dá mais segurança é ter a bola e, a partir disso, encontrar as entrelinhas rivais”, avaliou. “A partir da posse, com diferentes movimentos, podemos penetrar nas defesas adversárias. Todos os treinadores querem ganhar. É o verbo mais reconhecido. Mas cada um escolhe o meio para triunfar.”