Tribuna Ribeirão
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Ardilosamente, os golpistas pedem paz! 

José Eugenio Kaça *  
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Segundo o dicionário: sofisma é um argumento ardiloso, aparentemente correto, que pretende induzir ao erro, enganar ou silenciar o oponente; paralogismo”. O que estamos vendo acontecer nos debates políticos Brasil afora é o extremismo de direita utilizando de mentiras ardilosas para criar fatos, totalmente distorcidos da realidade, enganando boa parte da população. Em 2013, quando houve as manifestações dos estudantes contra o aumento da tarifa do transporte coletivo na cidade de São Paulo, que aparentemente era uma manifestação espontânea escondia um plano ardiloso da extrema direita para tomar o poder. E esta onda extremista de direita tomou conta do País, e as velhas ideias totalitárias de combate ao comunismo, que foi usada a exaustão para alicerçar o golpe cívico-militar de 1964 voltaram com toda a força. 
 
E esta onda de velharia, cheirando a naftalina elegeu um presidente que ficou durante quatro anos planejando golpe, entregando nossas riquezas e disseminando o ódio de brasileiro contra brasileiro, e no apagar das luzes de seu governo, após perder a eleição, ficou instigando durante sessenta dias a sua camarilha a ficar nas portas dos quarteis do Exército pedindo golpe militar, golpe que por pouco não aconteceu, pois havia um plano chamado: “punhal verde e amarelo”, que eliminaria o Presidente eleito, seu Vice e um Ministro do Supremo Tribunal Federal. E agora que a Polícia Federal desmantelou o “Ali Bábá e os quarenta ladrões”, o cara de madeira vem pedir pedir anistia, pois segundo esta figura horripilante é preciso acabar com o extremismo e o ódio – que figura “singela”. Agora que chegou a hora de colher os resultados dos seus malefícios; e pagar pelo que fez, quer anistia, e passar uma borracha em seus crimes.  
 
Acontece que o extremismo só está sendo praticado pela extrema direita, ligada ao inelegível, pois o PT nunca foi um partido de extrema esquerda, no máximo centro-esquerda. Alguns extremistas que vivem pregando o ódio, de repente acompanhando o “mito”, também estão pedindo anistia, relembrando 1979, a anistia ampla geral e irrestrita do governo militar – não conhecem a história, ou são uns delinquentes intelectuais. O erro cabal na redemocratização do País foi as atrocidades praticadas pela ditadura militar não serem contadas para as novas gerações, e não ter feito parte do currículo da educação básica pública, e esse erro criou uma geração despolitizada, e sem a noção do que é viver em uma democracia.  
 
O abandono proposital das escolas básicas públicas, privando nossas crianças e nossa juventude do ensino autônomo e libertador, que cria a criticidade, não permitindo que conheçam a verdadeira história de seu País, fez uma parte desta juventude abraçar as ideias da extrema direita. Mas ainda há esperança. Na última terça-feira, dia 10 do corrente, aconteceu uma manifestação na Câmara Municipal de Ribeirão Preto pedindo a prisão do Bolsonaro, dos golpista e sem anistia. As galerias ficaram tomadas por estudantes, que gritavam palavras de ordem, e cantavam músicas “louvando a figura do mito”, foi bonito ver uma juventude, que mesmo com todas as restrições impostas a educação, consegue furar a bolha e se politizar, lutando para que a nossa democracia não pereça nas mãos de golpistas. 
 
Os dois vereadores mais bolsonaristas, foram ao microfone para rebater as criticas que a juventude fazia ao seu “mito”. O canto dos louvores da juventude abafava as falas dos nobres edis, que gritavam no microfone. Usando o mesmo argumento do capitão para pedir uma anistia geral e irrestrita, que eles querem paz, que é preciso apaziguar o País, que a juventude de esquerda só vive pregando o ódio, mas quem até agora prega o ódio e a morte dos seus oponentes são os extremistas ligados ao “mito”, gritaram espernearam, acusaram os jovens de serem baderneiros e abortistas, isto vindo de um vereador que é fã do secretário de segurança de São Paulo, que usa a morte de pretos e pobres como bandeira de segurança pública – “que fase”. 
 
Somente uma educação básica pública autônoma, vai formar uma juventude que lutará por um País solidário, sem miséria e sem descriminação, como preconiza o artigo 3º da nossa Constituição. 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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