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Arborização é baixa no centro de RP

Pesquisa "Requalifica Centro", da Acirp e do IPCCIC aponta que apenas 23,3% dos imóveis da região têm árvores na fachada

Praças como a XV de Novembro, Carlos Gomes, das Bandeiras e Sete de Setembro ajudam a amenizar o problema de falta de arborização no Centro  (Alfredo Risk)  

O Dia da Árvore será celebrado neste sábado, 21 de setembro. Nesta quinta-feira (19), a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC) divulgaram a pesquisa Requalifica Centro, que faz um alerta sobre a carência de arborização na região Central do município. 

O levantamento, que analisou 3.466 lotes em 177 quadras do quadrilátero central, revela que apenas 23,3% dos imóveis (concentrados principalmente no quadrante sul da região) possuem árvores em suas fachadas.  A baixa arborização impacta diretamente o clima e a qualidade de vida no Centro. Praças como a XV de Novembro, Carlos Gomes, das Bandeiras e Sete de Setembro ajudam a amenizar o problema.

A urbanista Marcela Cury Petenusci, do IPCCIC, explica que a região carece de espécies de porte adequado, o que compromete tanto a quantidade como a qualidade da vegetação. “O que temos hoje, em sua maioria, são arbustos e ciprestes que não proporcionam sombra nem trazem melhoria das condições ambientais”, afirma.

Para a analista do departamento de Relações Institucionais da Acirp, Nathália Balzuweit Lopes, a baixa quantidade de árvores no perímetro central aumenta a sensação de calor e compromete a mobilidade dos pedestres. “O plantio de árvores ajudaria a criar um ambiente mais confortável, com temperaturas mais amenas e um ar mais limpo”, diz. 

Impulso para a economia – A arquiteta e urbanista especialista em resiliência climática urbana, cofundadora e presidente do Instituto Ribeirão Menos 3 Graus, Carla Meirelles Roxo, reforça os múltiplos benefícios que uma arborização adequada traria. “São inúmeros ganhos, tanto ambientais quanto econômicos e para a saúde”, diz.

“A vegetação colabora com a redução da poluição visual, atmosférica e sonora, questões graves na região central. Além disso, a arborização pode ser uma ferramenta de requalificação urbana, atraindo mais pessoas para o local. As pessoas tendem a frequentar mais os espaços com árvores e sombra”, ressalta.

Ela também aponta que a redução da temperatura, atrelada à melhoria da qualidade do ar e do conforto visual, atrairiam mais clientes e moradores para o Centro, contribuindo para a revitalização e segurança da região. Na visão da urbanista Marcela Petenusci, para transformar a qualidade ambiental do Centro é necessária uma remodelação total de projetos de arborização que incluam um planejamento adequado do plantio e manutenção das árvores.

“Precisamos de uma arborização adequada, com espaço para o desenvolvimento das árvores, considerando elementos da paisagem urbana como os cabeamentos aéreos. Existem várias estratégias e modelos de arborização eficientes a serem utilizados nestas situações”, afirma.

Inventário – O relatório final do Inventário Amostral da Arborização de Acompanhamento Viário, divulgado em maio de 2022 (www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/meio-ambiente/inventario-amostral), demonstra que apenas 12,7% do perímetro urbano é recoberto por vegetação de porte arbustivo ou arbóreo. O estudo utilizou imagens de satélite de outubro de 2021. De acordo com o levantamento, a cobertura é desigual em Ribeirão Preto.

A Zona Sul é a mais verde (15,79%), seguida da região Oeste (13,54%), Norte (11,39%) e Leste (11,34%). O Centro tem apenas 3,58% de sua área arborizada. Dos 58 subsetores urbanos (divisões dentro das zonas, que agregam bairros próximos), apenas três possuem índice de cobertura vegetal superior a 30%: a região do Recreio das Acácias (44,7%) lidera.

O levantamento revela que é necessário projetar as calçadas e priorizar o plantio de árvores maiores, com copa abrangente. Das 14 espécies mais encontradas pelo estudo na cidade, sete são de pequeno porte ou “arbustos conduzidos para o formato de árvore”. Ou seja: têm menos impacto na regulação térmica.

A situação das calçadas não analisou Ribeirão Preto inteira, e sim amostras que representam 10% de seu sistema viário urbano. Foram inventariados 290,8 quilômetros lineares de passeios públicos e canteiros centrais de avenidas. A partir dessa análise, foram projetados os percentuais para cada região e subsetor. Uma das principais constatações é que há mais vazios arbóreos (espaços disponíveis na calçada para o plantio) do que espécies plantadas.

Na amostra analisada, foram inventariados 26.669 arbustos e árvores, uma média de 92 para cada quilômetro linear de calçada. A região Norte é a que possui o maior vazio arbóreo: há cerca de onze mil espaços para o plantio. O estudo aponta que a cidade precisa plantar 28,8 mil árvores para melhorar a situação. Para que isso ocorra em espaços possíveis, a prefeitura gastaria apenas R$ 1,1 milhão, em valores de 2021.

Das 26.669 espécies vegetais inventariadas, mais de 20 mil possuem altura igual ou inferior a seis metros, configurando uma carência de sombreamento nas calçadas. As mais comuns são oiti, falsa-murta, resedá-anão, ipês de jardim, aceroleira, pitangueira, quaresmeira e limoeiro.

Outro lado – A prefeitura afirma que, desde a conclusão do inventário, tem atuado “para que as necessidades e recomendações sejam colocadas em prática”. Diz que no período de 2021 a 2023 foram plantadas aproximadamente 48 mil mudas, através do plantio voluntário efetuado por organizações locais e pela população ou em decorrência de termos de compromisso.

A prefeitura de Ribeirão Preto diz ainda que “nos anos de 2022 e 2023 foram destinados aproximadamente R$ 850 mil para manutenção da floresta urbana, englobando atividades de poda de formação ou condução e coleta de resíduos, serviços esses realizados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura”.

 

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