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Aprovação de impeachment no Santos é último passo de gestão marcada por crises

A aprovação do processo de impeachment de José Carlos Peres da presidência do Santos, que agora será colocada em votação envolvendo os sócios, é o último passo, até agora, de uma série de problemas e dificuldades enfrentadas por uma gestão que se iniciou no clube no começo deste ano.

Peres foi eleito para a presidência do Santos em dezembro de 2017, para um mandato de três anos, em uma eleição em que se uniu a José Carlos Rollo e conseguiu derrotar Modesto Roma Junior, que buscava seguir no cargo, e outros candidatos. Desde então, porém, crise foi uma palavra constante da sua gestão na Vila Belmiro.

Nesta segunda-feira, em votação dos membros do Conselho Deliberativo do Santos, dois processos de impeachment de Peres foram aprovados. O primeiro contou com votos de 242 membros do clube, e terminou com 165 votos a favor do prosseguimento do caso, 74 contra, dois nulos e um branco. No segundo, foram 239 votos, com 164 favoráveis, 72 contra, dois nulos e um branco.

Em um dos processos, a principal acusação envolvia a empresa Saga Talent, de agenciamento de atletas, que tinha Peres como sócio quando ele assumiu a presidência do Santos. O dirigente alegou que a empresa só existia no papel, não fazendo negócios há anos.

Já outra acusação versava sobre portaria editada por Peres e que definia que todas as contratações realizadas pelo Santos deveriam ser determinadas pelo presidente, o que contrapõe o Comitê de Gestão do Santos, principal órgão administrativo do clube.

Os dois casos devem provocar a queda de Peres. Para isso, serão necessários 50% dos votos dos sócios e mais um para que o dirigente deixe o comando do Santos. A votação ainda não teve sua data marcada por Marcelo Teixeira, presidente do Conselho Deliberativo do clube, mas deve ocorrer no fim de setembro. E caso o processo seja aprovado, Rollo se tornará o novo presidente do Santos.

Apesar disso, esses estão longe de ser os únicos incidentes polêmicos ocorridos no clube nos últimos meses, a começar pelo rompimento entre Peres e Rollo e problemas com membros do Comitê de Gestão. Já na gestão do futebol, Gustavo de Oliveira, Willian Machado e Ricardo Gomes deixaram a administração, o último para exercer função parecida no Bordeaux, da França.

Dentro de campo, o Santos também teve problemas, sendo eliminado nas semifinais do Campeonato Paulista e tendo Jair Ventura demitido em função dos resultados ruins em diferentes competições. Na Copa do Brasil, o clube também não conseguiu inscrever a tempo os estrangeiros Derlis González, Carlos Sánchez e Bryan Ruiz, embora tenham sido anunciados dentro do prazo para isso, e o time caiu nas quartas de final.

Mas o pior veio na Libertadores, com o Santos sendo punido com um placar desfavorável de 3 a 0 no jogo de ida das oitavas de final, apesar de ter empatado por 0 a 0 com o Independiente, por causa da escalação irregular de Sánchez. O time acabaria sendo eliminado no jogo de volta.

Mas em meio ao cenário complicado, o Santos conseguiu encontrar a paz em campo. Dentro das quatro linhas, o time não perde há oito jogos e também não foi vazado nos últimos sete. Assim, ascendeu para o nono lugar do Brasileirão, com 31 pontos, deixando para trás o risco de rebaixamento e passando até a sonhar com vaga na Libertadores de 2019. Pode passar pelo sucesso do time em campo e pela blindagem até agora bem-sucedida de Cuca a possibilidade de Peres seguir à frente da presidência do Santos na votação que envolverá os sócios do clube e deverá ocorrer no fim de setembro.

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