Tribuna Ribeirão
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Aposentado morreu ao sofrer queda em casa

VAMBERTO LUIZ DE CASTRO/ ARQUIVO PESSOAL

Considerado sem sintomas de um câncer extremamente agressivo depois de tratamen­to inédito na América Latina, o morador de Belo Horizonte (MG) Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, morreu vítima de traumatismo encefálico grave provocado depois de uma que­da em sua casa na capital. A causa da morte foi informada na noite de quinta-feira, 19 de dezembro, pelo Centro de Te­rapia Celular (CTC) do Hemo­centro do Hospital das Clíni­cas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – vinculada à Universidade de São Paulo (USP), onde o funcionário pú­blico aposentado foi submetido ao tratamento contra a doença.

O corpo deu entrada no Ins­tituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte no último dia 11. Luiz de Castro lutava con­tra um linfoma não Hodgkin desde 2017. Já havia passado por radioterapia, quimioterapia e chegou ao chamado estado terminal, submetido a cuida­dos paliativos, com aplicação de doses máximas de morfina. O servidor aposentado chegou ao CTC em setembro deste ano. Ele passou por procedimento com utilização de células CAR T. O funcionário público aposentado foi o primeiro paciente na Amé­rica Latina a ser tratado pelo mé­todo, que consiste na retirada de um tipo de linfócitos da catego­ria T (células de defesa), do san­gue do paciente, modificá-los geneticamente em laboratório e recolocá-los no organismo, ago­ra com capacidade para comba­ter a doença.

Vamberto Luiz de Castro teve alta do hospital em outubro, sem sinais da doença. Na maior parte dos tipos de câncer, ape­nas depois de cinco anos sem a volta de células doentes, é que se pode falar em cura total. Segun­do informações da Polícia Civil, somente depois do laudo do exame de necropsia será “possí­vel saber se há ou não indícios de violência na morte de Vamber­to Luiz de Castro”. O corpo do funcionário público aposentado deu entrada no dia 11 de dezem­bro e foi liberado no mesmo dia. O laudo do exame deverá ficar pronto em 10 de janeiro. A famí­lia prefere não se manifestar.

Nos Estados Unidos, con­forme informações publicadas no Jornal da USP em outubro, a Food and Drug Administration (FDA), correlata da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, liberou o tratamento ao qual Luiz de Castro foi subme­tido em 2018. No Brasil, o pro­cedimento foi desenvolvimento por técnicas exclusivamente na­cionais com apoio da USP, Fun­dação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desen­volvimento Científico e Tecno­lógico (CNPq) e Ministério da Saúde, portanto, pode ser utili­zado por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O prin­cipal problema, porém, pode ser o custo. A produção das células e todo o tratamento, nos Estados Unidos, chega a US$ 1 milhão, aproximadamente R$ 4 milhões.

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