A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) e os clubes participantes da Superliga Masculina se reuniram na manhã desta segunda-feira (20) e definiram, após votação apertada, pela proposta de encerrar a disputa da temporada 2019/20 em virtude da pandemia da covid-19.
A votação foi acirrada, com oito votos a favor e cinco contra. Votaram pelo fim da competição os seguintes clubes: Campinas (SP), Taubaté (SP), Ribeirão Preto (SP), Itapetininga (SP), Caramuru Vôlei (PR), Maringá Vôlei (PR) e Sesc RJ, além da Comissão de Atletas, representada pelo presidente Raphael Oliveira. Votaram pela continuidade da Superliga Cruzeiro (MG), Minas (MG), América Vôlei (MG), Blumenau (SC) e Sesi-SP.
Presidente do Vôlei Ribeirão e jogador do Taubaté, Lipe Fonteles afirmou ser a favor do encerramento da competição e reiterou que o planejamento para a próxima temporada já precisa começar a ser feito.
“Concordo, sim, com o encerramento. Os estados e municípios continuam com as diretrizes de distanciamento social, os atletas não podem nem ir à academia para treinar. É impossível retomar um campeonato que estava já no fim. Os contratos com os atletas e comissão técnica já estavam encerrando. É necessário começar a planejar a próxima temporada, para que superemos todos o quanto antes essa crise generalizada”, afirmou Lipe.
Técnico do Cavalo Ace, Marcos Pacheco foi enfático e afirmou que a decisão foi a mais sensata para o momento.
“Diante de todo o contexto que nos foi apresentado, de tudo que estamos vivendo, essa foi à decisão mais sensata a se tomar. Não tínhamos nenhuma perspectiva de retorno, os contratos dos jogadores estavam chegando ao fim, não é o melhor caminho, mas é o que tinha de ser feito”, disse.
Sobre as questões financeiras, Lipe confirmou que as obrigações da equipe estão todas em dia. Entretanto, o campeão olímpico afirmou que ainda não é possível falar sobre o futuro.
“Com relação à parte financeira, por ora, estamos com todas as obrigações em dia, os patrocinadores estão 100% comprometidos em manter as obrigações desta temporada. Mas não sabemos o que vai acontecer no futuro. Eu acredito que as empresas continuarão a explorar a exposição de seus produtos dentro do esporte. Aprendi que não existe divulgação mais incrível que aquela feita no esporte. Traz credibilidade, junto do apelo social. É incrível”, enfatizou.
O dirigente também revelou que antes da pandemia as negociações para a permanência dos patrocinadores estava em andamento. Lipe se mostrou otimista em relação à permanência da equipe em Ribeirão Preto.
“Eu tive uma conversa com os patrocinadores antes da pandemia, e todos eles estavam muito contentes com o desempenho e as entregas. Estávamos sonhando com um contrato mais longo. Mas Infelizmente o Brasil parou, e não pude continuar as tratativas. Acredito que conseguiremos manter a equipe, mas infelizmente só teremos confirmação um pouco mais a frente”, finalizou.
Sobre continuar tocando o projeto, Marcos Pacheco afirmou que está feliz e não tem a “mínima intenção de sair”. “Eu tenho a intenção de continuar, tenho a intenção de permanecer, já vinha conversando com o Lipe sobre a possibilidade, e ele, como gestor da equipe, tem interesse de que eu continue aqui. Minha família está bem, estamos todos adaptados à cidade. Não tenho a mínima intenção de sair”, disse.