Por Hugo Luque
Poucos dias após ser eliminado pelo Palmeiras, na terceira fase da Copa do Brasil, o Botafogo volta a campo para tentar mudar sua complicada situação na Série B do Campeonato Brasileiro. Nesta segunda-feira, às 21h, o Pantera recebe o Novorizontino, no Estádio Santa Cruz.
Válida pela sétima rodada da competição nacional, a partida será importante para o elenco e principalmente a torcida esquecerem da dolorida queda para o Verdão. Isso porque, apesar da má fase, o Tricolor jogou bem os dois jogos, mas não conseguiu sair classificado.
Na ida, no Allianz Parque, o técnico Paulo Gomes apostou em solidificar o setor defensivo e apostar nos contra-ataques e transições rápidas para pegar o Palmeiras de surpresa. A estratégia deu certo e a equipe criou chances claras, mas desperdiçou finalizações que não poderia, como a cavadinha de Wallison, na cara do gol, ainda no primeiro tempo.
Logo no início do segundo tempo, Rony marcou para os mandantes e parecia que não tinha mais volta. Só parceria. Já nos acréscimos, Patrick Brey recebeu a bola pela esquerda e contou com uma falha de Weverton para empatar. A felicidade tomou conta do Botafogo, mas faltou atenção e, praticamente no último lance, Estêvão recebeu a bola justamente nas costas de Brey e fez o segundo.
Na volta, o Santão lotado empurrou o Pantera, que colocou o Verdão contra as cordas em seu campo defensivo e neutralizou o adversário, sobretudo no primeiro tempo. Entretanto, diferente da ida, o time ribeirão-pretano teve poucas chances claras e não aproveitou as que teve.
“A equipe esteve muito bem mais uma vez. Parabéns para eles. Um jogo pode ser sorte, dois jogos é ok, mas fazer três jogos contra o melhor time da América do Sul, como eles fizeram, tem de tirar o chapéu para a minha equipe, que esteve muito bem nos três jogos que fizeram com eles, principalmente nesses dois da copa, que eram mais decisivos. Foi pena não termos efetuado o gol, que nos daria ao menos a ida aos pênaltis, naquela oportunidade do Douglas Baggio, que apareceu isolado na cara do goleiro e, naquela altura, acho que era momento chave”, comentou Paulo Gomes.
Um respiro
Se por um lado a eliminação para o Palmeiras foi sofrida, também foi motivo de orgulho pela forma que o grupo se portou. Além disso, o Botafogo igualou seu maior avanço na Copa do Brasil: terceira fase, assim como em 2023, quando caiu para o Santos.
Agora, os botafoguenses esperam que mais um bom jogo diante do Alviverde tenha servido para virar a chave a afastar a pressão. Afinal, o ataque precisa melhorar, já que o último gol marcado pelo Pantera foi justamente no Allianz Parque, em 2 de maio, e o time não vence desde 15 de março, antes do início da Série B, pela segunda fase da Copa do Brasil, contra o Anápolis-GO.
Além disso, Paulo Gomes não tem uma semana cheia para trabalhar desde o intervalo entre primeira e segunda rodadas do nacional. A intensidade apresentada pelo calendário tem deixado suas marcas: o zagueiro Matheus Costa deixou o campo lesionado na última quinta-feira e o atacante Robinho, que seria titular, segundo o técnico, se contundiu na quarta, o que deve tirar a dupla de ação por algum tempo.
“Isso é prova que estamos com uma intensidade competitiva muito elevada. Basta ver quantos jogos fez o Santos e quantos fez o Botafogo neste mês. (…) Neste jogo contra o Novorizontino, teremos um desafio enorme, que é preparar os jogadores em termos físicos, e a fadiga é mental também. Fadiga vem da cabeça, por vezes. Temos de nos preparar bem para esse jogo, que é mais uma final. Depois, quando abrir uma semana completa, pós-Santos, creio que vamos aparecer com o tanque cheio e estaremos bem melhor na minha opinião”, acrescentou o treinador.
Histórico
Botafogo e Novorizontino são duas equipes em ascensão a nível nacional e dentro do estado de São Paulo. Enquanto o Pantera carrega sua tradição de já ter, inclusive, disputado a Série A do Brasileirão, o Tigre do Vale vive uma nova era após sua refundação em 2010.
O primeiro encontro entre as equipes, no novo momento do Aurinegro, foi em 2016 – empate em 1 a 1, pelo Campeonato Paulista. Ao todo, foram 11 encontros, com um histórico favorável à equipe de Ribeirão: seis vitórias do Tricolor, dois empates e três triunfos do adversário desta segunda.
Por terem integrado o mesmo grupo no estadual deste ano, Novorizontino e Bota ainda não se enfrentaram em 2024. Na chave, o Tigre avançou ao mata-mata e inclusive eliminou o São Paulo antes de avançar à semifinal. Já o Pantera foi o lanterna, com 12 pontos, mas não correu riscos de cair.
Os últimos encontros foram todos em 2023, com ótimas lembranças para os botafoguenses e, sobretudo, para o volante Guilherme Madruga. Em três jogos na última temporada, foram três vitórias e dois golaços do atleta, que hoje está no Cuiabá.
Um deles, inclusive, no embate pelo Paulistão, rendeu a Madruga o prêmio Puskás de gol mais bonito do ano – uma bicicleta de fora da área que encobriu o goleiro adversário. O segundo, pelo Brasileiro, foi um chute do meio-campo que, por ter acontecido após a data de corte para a premiação, pode concorrer apenas na próxima edição.
Por outro lado, o Novorizontino vem um pouco melhor que o Botafogo nesta Série B. Os comandados de Paulo Gomes somam quatro empates, duas derrotas e um posto na zona de rebaixamento após seis jogos, enquanto o rival já venceu duas e briga nas posições intermediárias da tabela.
Sem Matheus Costa e Robinho, lesionados, um provável time titular para tentar quebrar a seca de gols e de vitórias tem: Michael (João Carlos); Schappo, Lucas Dias e Ericson; Wallison, João Costa (Matheus Barbosa), Gustavo Bochecha e Patrick Brey (Jean Victor); Baggio, Negueba e Alex Sandro (Leandro Pereira).
Os ingressos estão à venda no site Total Ticket e nas bilheterias do Santa Cruz. Os preços vão de R$ 50 (R$ 25 a meia-entrada) na arquibancada a R$ 100 (R$ 50 a meia) no setor ouro.