As vendas do comércio ribeirão-pretano voltaram a cair depois de dois meses seguidos no “azul” – o setor fechou agosto com crescimento de 1,13% e julho com alta de 0,08%. Em setembro, os negócios nas lojas da cidade registraram queda de 0,63%, em comparação com o mesmo período de 2016, quando a variação foi de -1,60%. Os números são da Pesquisa Movimento do Comércio, realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp).
As vendas do comércio ribeirão-pretano já haviam registrado queda de 1,58% em junho, 1,56% e maio, 1,78% em abril, 0,87% em março, 2,47% em fevereiro (a amior do ano) e 1,97% em janeiro. Entre as empresas entrevistadas no mês passado, 45,8% consideram que venderam mais em setembro de 2016, enquanto 43,8% declararam o contrário e, para 10,4%, as vendas foram equivalentes nos dois períodos.
Setorial – Entre os setores pesquisados, quatro apontaram quedas e, cinco, elevações. O pior resultado foi o de cine/foto (-8,85%), seguido por presentes (-6,20%), livraria/papelaria (-5,17%) e ótica (-1,74%). Do lado positivo, fecharam o mês em alta os segmentos de vestuário (5,88%) – o setor que mais tem se recuperado após a crise –, calçados (3,65%), eletrodomésticos e móveis, ambos com 2,52%, e tecidos/enxoval (1,75%).
“Embora a maioria dos segmentos tenha mostrado aumento nas vendas, a média ficou negativa devido à intensidade das quedas apresentadas pelos setores com reduções”, explica Marcelo Bosi Rodrigues, economista do Sincovarp, responsável pelo estudo.
Emprego – Com relação ao emprego, setembro de 2017 contou com um aumento médio do número de postos de trabalho de 0,38%. Entre as empresas pesquisadas 93,7% mantiveram seus funcionários, enquanto 4,2% contrataram e 2,1% demitiram. Por setores, ótica aumentou o número de colaboradores em 5,56%. Já vestuário reduziu o quadro em 2,50%.
“Mesmo com variação pequena, o resultado aponta disposição das empresas em aumentar a equipe para o final do ano, uma vez que os quadros do comércio estão bastante enxutos”, avalia Rodrigues.
Modalidade de pagamento – No que se refere à forma de pagamentos das vendas no varejo, o cartão de crédito é responsável por 53,05%. Compras à vista representam 32,46% do total de transações e a prazo (cheques pré-datados ou carnês), responde por 14,49%. Segundo Rodrigues, é possível observar que este perfil tem se mantido relativamente estável desde 2013. Com predominância dos pagamentos com cartão de crédito, seguido pela opção à vista.
Análise – O cenário geral da economia não tem exibido grandes alterações. “Após um período de crise mais aguda, os agentes econômicos viram que o mundo não iria acabar, mas que os efeitos nocivos da política de gastos públicos excessivos e a falta de empenho em realizar as reformas necessárias dos governos passados também não se dissipariam como numa mágica”, finaliza Rodrigues.