Tribuna Ribeirão
Geral

Apas quer liminar para reabrir supermercados

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) en­trou com pedido de liminar na Justiça de Ribeirão Preto contra o fechamento dos es­tabelecimentos e a suspen­são do atendimento presen­cial para clientes durante o período de “lockdown” na cidade, que começou à zero hora de quarta-feira (17) e segue até a meia-noite de domingo, 21 de março.

Segundo o decreto número 50/2021, baixado pelo prefei­to Duarte Nogueira (PSDB) e publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de terça-fei­ra (16), serviços não emergen­ciais da área de alimentação, como supermercados, pada­rias, açougues, restaurantes e lanchonetes, só podem aten­der por “delivery” (entrega em domicílio).

Na terça-feira, logo após Duarte Nogueira anunciar o confinamento de cinco dias na cidade, moradores corre­ram para os supermercados atrás de produtos. Foram re­gistradas filas em supermer­cados de vários bairros, como no Ipiranga, Planalto Verde, Jardim Paulistano (avenida Treze de Maio), Vila Vir­gínia (avenida Caramuru), Shopping Iguatemi, Campos Elíseos e na avenida Maurílio Biagi, entre outros.

A Apas questiona o fecha­mento adotado por Ribeirão Preto e outras cidades do es­tado durante medidas mais restritivas contra o avanço do novo coronavírus. Em São José do Rio Preto, cidade que também está em “lockdown”, a decisão judicial foi favorável ao pedido da entidade e autorizou a abertura dos supermercados.

Para a associação, o setor é essencial para a população porque cuida do abasteci­mento de alimentos e pro­dutos de higiene pessoal. Além disso, argumenta que em nenhum lugar do mundo onde restrições mais rígidas foram decretadas os super­mercados fecharam.

“A atividade supermer­cadista – exatamente pela função social de entregar gê­neros de primeira necessida­de – está sempre incluída em atividades aptas a funcionar na pandemia, em qualquer ato normativo de qualquer ente federativo (União, Esta­do e Município), e até mesmo na experiência dos países que adotaram o ‘lockdown’ abso­luto”, afirma a Apas no pedi­do encaminhado à Justiça.

Em nota, a Apas diz que “em meio à maior crise sanitá­ria da nossa época, é totalmen­te desarrazoado que prefeitos dificultem o abastecimento da população ou decidam quais itens são essenciais para as pes­soas. Fechar os supermercados torna ainda mais complicado o delicado momento que a nossa sociedade atravessa e faz imi­nente o agravamento do deli­cado quadro de vulnerabilida­de social que existe em nosso país, o que pode transformar o Brasil no palco de uma devas­tadora tragédia humanitária”.

Para a associação, “não se pode ignorar que uma parcela considerável da população tem dificuldades em realizar pedi­dos por ‘delivery’; e uma par­cela ainda maior sequer possui recursos financeiros para es­tocar itens de primeira neces­sidade por um longo período. Além do mais, é temeroso imaginar que os supermer­cados consigam atender toda a população de uma cidade, qualquer cidade, por ‘delivery’.”

“Assim como os leitos hos­pitalares precisam ser aliviados porque já não suportam mais a demanda existente, a popu­lação não pode ficar desabas­tecida e ter suprimido ou difi­cultado o seu direito de acesso aos serviços essenciais pres­tados pelos supermercados”, emenda. A Apas recorda que em nenhum lugar do mundo o poder público dificultou o acesso da população a itens de primeira necessidade.

Ressalta ainda que fase emergencial do Plano São Paulo, do governo do Estado, não limitou o funcionamen­to dos supermercados. Por fim, a entidade alerta que as recentes leis municipais ao qual a população tem sido submetida têm causado aglo­merações e profunda cons­ternação para a associação, colaboradores de supermer­cados e consumidores.

A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abas­tecimento. A entidade tem aproximadamente 1.500 asso­ciados, que somam cerca de quatro mil lojas.

A Regional Ribeirão Pre­to emprega cerca de 31 mil pessoas trabalham em super­mercados nesta região. Pes­quisa da associação aponta que do número de pessoas que têm sua primeira carteira assinada no Brasil, 20% está em São Paulo e em supermer­cados – o dobro dos demais setores do Brasil.

O setor varejista alimentar é considerado a porta de en­trada do primeiro emprego. A Apas possui dez regionais em todo o Estado e mais cinco escritórios distritais na capital paulista. A ribeirão-pretana é composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura.

O empresário Rodrigo Ca­nesin, do Supermercado Ca­nesin, é o atual diretor regional da entidade. Atualmente, o se­tor conta com mais de 547 mil trabalhadores. Vale ressaltar que 27,8% do faturamento do segmento supermercadista no país vêm de São Paulo e aproximadamente 1,44% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vem do varejo ali­mentar paulista.

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