Líder mundial entre os procedimentos estéticos não cirúrgicos, o Botox voltou a ser foco de atenção. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre os riscos da aplicação inadequada da toxina botulínica, utilizada tanto para fins terapêuticos quanto estéticos. A recomendação foi feita após a notificação de dois casos de botulismo decorrentes do uso da substância em procedimentos estéticos.
O órgão reforça que a aplicação só deve ser feita por profissionais habilitados, com o uso de produtos devidamente registrados e armazenados de forma adequada. A toxina botulínica, embora amplamente utilizada para tratar condições como bruxismo, hiperidrose e espasticidade muscular, exige cuidados rigorosos na manipulação e aplicação.
Entre os sintomas que podem indicar complicações estão fraqueza muscular acentuada, dificuldade para falar e engolir, visão turva e problemas respiratórios — sinais que requerem atendimento médico imediato. A Anvisa também alerta para os perigos da comercialização irregular da substância e da atuação de profissionais sem qualificação, fatores que aumentam o risco de reações adversas e efeitos graves.
Segundo a biomédica esteta Andressa Parigi Bredariol, especialista na aplicação da toxina botulínica em Ribeirão Preto, o alerta é essencial para conscientizar a população. “O produto, quando de qualidade e aplicado por profissionais capacitados, é extremamente seguro. O risco aparece quando se usa material falsificado ou mal armazenado, ou quando a aplicação é feita por pessoas sem formação adequada”, afirma.
De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), 8,8 milhões de aplicações de Botox foram realizadas em 2023, o que representa quase metade dos 19,1 milhões de procedimentos não cirúrgicos no mundo naquele ano.
Já a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) projeta que o setor de estética e beleza no Brasil deve movimentar cerca de US$ 32 bilhões até 2027, impulsionado pela demanda crescente por procedimentos minimamente invasivos.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reforçou que, quando utilizado com dose adequada e por profissionais habilitados, como dermatologistas ou cirurgiões plásticos, o uso da toxina botulínica é seguro e respaldado por diversos estudos científicos. No entanto, a entidade alertou para o risco expressivo de falsificação do produto, que pode levar a complicações severas, incluindo quadros de botulismo.

A influenciadora digital Carola Duarte, de 47 anos, moradora de Ribeirão Preto e adepta do uso regular de Botox, destaca que sempre priorizou a escolha de profissionais de confiança. “Sempre tive essa preocupação. Afinal, se não for feito por alguém adequado, isso pode comprometer não só a estética, mas a saúde. Não entendo quem arrisca por economia”, diz. Segundo ela, a decisão foi baseada na reputação e seriedade da profissional escolhida. “Fui de olhos fechados e estou muito satisfeita com os resultados.”
Cuidados ao aplicar Botox
• Use apenas produtos aprovados pela Anvisa e dentro do prazo de validade. É possível consultar a regularidade do produto pelo nome ou CNPJ do fabricante, dados disponíveis na embalagem.
• A aplicação deve ser feita exclusivamente por profissionais habilitados e em serviços de saúde autorizados pela vigilância sanitária.
• O paciente tem direito à informação completa, incluindo marca, lote e validade do produto.
• Siga as orientações da bula, especialmente sobre o intervalo entre aplicações. Esse tempo pode variar conforme o produto e deve ser indicado pelo profissional.
• Profissionais devem investigar o histórico do paciente em relação ao uso anterior da toxina, incluindo datas, indicações e doses, para garantir a segurança nas novas aplicações.