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Anvisa alerta para caso de fungo superresistente

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta de um possível primeiro caso de Candida au­ris na segunda-feira, 7 de de­zembro , no Brasil. De acordo com o comunicado, o fungo é considerado “uma séria amea­ça à saúde pública”. O C. auris foi identificado no último dia 4 em amostra de paciente inter­nado em uma UTI adulto em hospital do Estado da Bahia por complicações da covid-19.

É considerado potencial­mente fatal, pois é um fun­go multirresistente, capaz de driblar vários medicamentos antifúngicos comumente uti­lizados para tratar infecções por Candida, além de poder causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas e ser facilmente con­fundida com outras espécies de leveduras.

Outra característica deste fungo é a capacidade de per­manecer viável, por longos períodos no ambiente, de se­manas a meses, e apresentar resistência a diversos desin­fetantes comuns, mesmo os que são à base de quartenário de amônio. Do ponto de vis­ta laboratorial existe a preo­cupação de possíveis surtos, uma vez que há uma dificul­dade de identificação pelos métodos laboratoriais roti­neiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.

Após a suspeita, a amos­tra foi encaminhada pelo la­boratório do hospital para o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) que comunicou a suspeita de caso positivo para C. auris. Assim, a amostra foi encami­nhada para o laboratório da Rede Nacional para identifi­cação de C. auris em serviços de saúde (Laboratório da Fa­culdade de Medicina da Uni­versidade de São Paulo – HC­FM-USP) para a realização das provas confirmatórias.

Diante deste caso, a An­visa recomendou o reforço da vigilância laboratorial do fungo em todos os serviços de saúde do país, além de me­didas de controle e prevenção que minimizem a dissemina­ção do patógeno. Já em 2017 a Anvisa havia emitido aler­ta em que afirmava que “o modo preciso de transmissão dentro do ambiente de saúde não é conhecido”.

Apesar de as evidências ini­ciais sugerirem que o organis­mo poderia se disseminar em ambientes médicos por con­tato com superfícies ou equi­pamentos contaminados, ou mesmo de pessoa para pessoa. O primeiro caso de C. Auris foi identificado pela primeira vez em humanos em 2009, após seu isolamento em um pacien­te no Japão.

Desde então, infecções por C. auris ocorreram em vários países, incluindo Coréia do Sul, Índia, Paquistão, África do Sul, Quênia, Kuwait, Israel, Venezuela, Colômbia, Reino Unido e mais recentemente nos Estados Unidos e Canadá. O mesmo documento emitido pela Anvisa em 2017 cita que, no ano anterior, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saú­de (Opas/OMS) publicaram um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina, reco­mendando aos Estados-mem­bros a adoção de medidas de prevenção e controle de surtos decorrentes deste patógeno.

O primeiro surto detecta­do de C. auris na região das Américas foi relatado na Ve­nezuela entre março de 2012 e julho de 2013, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Maracaibo. O surto afetou 18 pacientes, dos quais 13 eram pediátricos. Neste caso, todos os isolados foram inicialmente identifi­cados como Candida haemu­lonii, sendo que apenas após novos estudos se identificou que o microrganismo envol­vido era C. auris.

Outro exemplo da dificul­dade de identificação desse patógeno foi relatado em um surto, ocorrido em agosto de 2016, em uma UTI do distri­to de Cartagena na Colômbia. Neste, cinco casos de infecção foram identificados inicial­mente como C. albicans, C guillermondii e Rhodotorula rubra, mas após a realização de um teste mais complexo, cha­mado de Malditof foram con­firmados como C. auris.

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