Tribuna Ribeirão
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Ano bissexto 

Rui Flávio Chúfalo Guião *
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Estão felizes os nascidos no dia 29 de fevereiro, pois neste ano poderão comemorar seu aniversário, festa que ocorre a cada quatro anos, embora envelheçam a cada período de doze meses.

Esta anomalia, que alegra alguns por economizar a reunião festiva e entristece outros, por perderem a oportunidade de reunir os amigos anualmente, decorre do calendário gregoriano, que regula o tempo em nosso planeta.

Considerando que a Terra dá a volta em torno do Sol em 365 dias e alguns quebrados, estabeleceram-se 11 meses alternados de 30 e 31 dias e, para fechar o calendário, criou-se um mês de 28 dias, o qual, a cada quatriênio,  ganha um dia extra, como este fevereiro de 2024.

Desde quando os humanos povoaram o mundo, sentiram a necessidade de medir o tempo. O primeiro relógio foi a observação do dia e da noite, depois as estações do ano e finalmente surgiram os calendários, todos eles baseados na órbita terrestre em redor do Sol.

O mais antigo deles é o chinês, criado em 2637 a.C e que se baseia nos ciclos da Lua e do Sol. Cada ano tem 12 lunações e, para considerar também o sol, a cada três anos, acresce-se um mês extra. Neste 10 de fevereiro passado, iniciou-se o ano de 4721, dedicado ao Dragão. Muitos países asiáticos usam, alternativamente, este calendário.

Os egípcios baseavam seu calendário no período de enchente e vazante do rio Nilo, usado para o plantio e a colheita. Tinha 12 meses de 30 dias, preenchendo-se os dias faltantes com festividades. Iniciava-se  o ano com o surgimento da estrela Sirius.

O calendário dos Maias, chamado de Haab, criado em 550 a.C., baseava-se nos 365 dias da Terra girando em redor do sol e dividia o ano em 18 meses de 20 dias. Os cinco dias restantes eram feriados. Tinham também um calendário cerimonial, o Tzolkin , utilizado para indicar os melhores momentos para plantar e colher.

Os islâmicos adotaram seu  calendário no ano 633 da era cristã, quando Maomé empreendeu sua fuga de Meca para Medina. Tem como característica usar a Lua como referência e tem 12 meses de 29 a 30 dias. O mês começa com a primeira fase crescente da Lua, depois do por do sol. Os 11 dias que sobram no ano são dedicados a feriados. Atualmente, os muçulmanos estão no ano 1444.

Os judeus tem um dos mais antigos calendários ainda em vigor e é lunissolar, ou seja, cada mês segue as fases da Lua e o ano o período de translação da Terra. A maioria dos meses tem 29 dias e para se adequar ao movimento da Terra em redor do Sol, a cada 19 anos insere-se um mês no ano. Baseia-se na data da criação da Terra, segundo a Bíblia Judaica e o Velho Testamento.

A maioria dos países adota atualmente o calendário Gregoriano, estabelecido pelo Papa Gregório XIII, no ano de 1582 d.C. É um calendário solar, portanto baseia-se no passeio da Terra em redor do Sol, tem 12 meses de 30 e 31 dias e, a cada quatro anos, um mês de fevereiro com 29 dias. Substituiu o calendário Juliano, adotado pelo Império Romano em 48 a.C, muitíssimo parecido com o atual. Pequenas diferenças existem entre os dois e a mudança decorreu na constatação de que a Páscoa estava se distanciando cada vez do equinócio de primavera.

O ano passou a ser calculado da mesma maneira, com a inclusão do ano bissexto a cada quatro anos, porém esta inclusão não será considerada nos anos divisíveis por 100 e indivisíveis por 400, quando não haverá fevereiro de 29 dias. Isto ocorrerá no ano 4909.Até lá, estaremos comemorando o fevereiro de 29 dias, a cada quatro anos do calendário.

* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras 

 

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