Tribuna Ribeirão
Política

‘Anistia’ salva RP por não investir 25% em educação

PAULO SÉRGIO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

A prefeitura de Ribeirão Preto deve ser beneficiada pela Proposta de Emenda Consti­tucional aprovada na segunda­-feira, 11 de abril, na Câmara dos Deputados. A PEC libera estados e municípios de cum­prirem o percentual mínimo de 25% previsto na Consti­tuição Federal em educação, mas apenas nos anos de 2020 e 2021, por causa da pandemia de coronavírus.

No primeiro turno, foram 455 votos a favor da PEC, 15 contrários e uma abstenção. Na votação em segundo tur­no, 451 deputados apoiaram a proposta, 14 foram contra e um se absteve. Para aprovar uma PEC são necessários no mínimo 308 votos favoráveis, em dois turnos.

Segundo o texto, em de­corrência do estado de cala­midade pública provocado pela pandemia de covid-19, estados, municípios e agentes públicos desses entes federa­dos não poderão ser respon­sabilizados administrativa, civil ou criminalmente pelo des­cumprimento, exclusivamen­te nesses anos, do mínimo de 25% da receita resultante de impostos na manutenção e de­senvolvimento do ensino.

A PEC estabelece que quem não cumpriu o mínimo constitucional nesses dois anos deveráaplicar o percentual que faltou para atingir os 25% até o exercício financeiro de 2023. O único partido a orientar sua bancada a rejeitar a proposta foi o PSOL, que discorda da flexibilização dos gastos com educação. Agora a PEC apro­vada seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No ano passado, Ribeirão Preto investiu apenas 23,45% da receita fixa e das transfe­rências de impostos no setor, decisão inédita na gestão de Duarte Nogueira (PSDB), pela primeira vez abaixo do per­centual obrigatório. Os dados foram divulgados pelo secre­tário municipal da Fazenda, Afonso Reis Duarte, durante a prestação de contas do terceiro quadrimestre do ano passado, na Câmara de Vereadores, em 23 de fevereiro.

Em 2021, a arrecadação com receita fixa e transfe­rência de impostos, foi de R$ 2.050.587.786. Deste total, R$ 512.646.946 deveriam ser des­tinados à Secretaria Municipal da Educação, mas liquidou apenas R$ 480.823.383. Ou seja, R$ 31.823.563 a menos do que o mínimo obrigatório. Duarte afirmou que, devido à pandemia do coronavírus – as aulas presenciais foram sus­pensas, sem nenhum dos 48 mil alunos nas classes de 134 escolas municipais e convenia­das –, o município direcionou recursos para outras áreas.

De acordo com o secre­tário da Fazenda, os recursos que não foram investidos estão aplicados em uma contra es­pecífica da Caixa Econômica Federal à espera de sua desti­nação para o setor.
Explicou ainda, que o município aguar­dava a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional. Se­gundo dados do Sistema de In­formações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Sio­pe), de 5.200 municípios bra­sileiros, 316 não conseguiram aplicar os 25% obrigatórios em educação, em 2020.

Os dados do ano passado ainda estão sendo compilados. Recentemente, o Tribuna entrou em contato com as prefeituras de três cidades da região metro­politana, Sertãozinho, Orlândia e Cravinhos, para verificar se, no ano passado, investiram o percentual mínimo exigido pela Constituição Federal.

Segundo a assessoria da prefeitura de Cravinhos, no ano passado foram investidos 26,25%, o que representa R$ 29.198.890,73. Já Sertãozinho destinou para a educação R$ 147 milhões, o equivalente a 29% do Orçamento Munici­pal. Já Orlândia investiu R$ 31.816.394,60, ou seja, 25,95% da receita e transferências.

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