Tribuna Ribeirão
Economia

Ampliação – Governo propõe auxílio de R$ 300

MARCOS CORRÊA/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nes­ta terça-feira, 9 de junho, que o auxílio emergencial será prorro­gado por mais dois meses, con­forme já havia sido anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro. Porém, a proposta prevê redu­ção do valor, dos atuais R$ 600 (mães solteiras recebem R$ 1,2 mil) para R$ 300. O governo dá como certa a prorrogação.

Porém, o presidente da Câ­mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nes­ta terça-feira que uma redução no benefício precisa passar pelo Congresso Nacional. “O governo tem autorização para renovar a renda emergencial pelo mesmo valor, a lei não permite reduzir o valor. Se o governo for reduzir o valor, precisa encaminhar ao Congresso Nacional uma pro­posta que será votada com ur­gência certamente pela Câmara e pelo Senado”, declarou.

Em reunião ministerial re­alizada nesta terça-feira, Bolso­naro anunciou mais dois paga­mentos no valor de R$ 300. “Se tivermos um programa para diminuir salários de parlamen­tares, tudo bem, eu pago até R$ 1 mil por mês, não tem proble­ma nenhum”, disse o presiden­te. Em relação às declarações, Maia disse que o Parlamento está aberto para dialogar sobre reduções de salários para ban­car as novas parcelas do auxílio no valor de R$ 600.

“Se todos os poderes to­passem cortar um valor que seja por seis meses, 10%, ou um percentual maior por me­nos tempo, para garantir os R$ 600, eu tenho certeza que o parlamento vai participar e vai defender. Não tem nenhum problema”, afirma Maia. Ele, contudo, ressaltou que o salário dos parlamentares não seria su­ficiente para cobrir as despesas.

“O salário dos parlamenta­res em relação aos custos tem uma diferença um pouco gran­de. Vai ficar distante para cobrir, mas se todos os três poderes estiverem de acordo para cortar salários por alguns meses, para garantir os R$ 600, o Parlamen­to está disposto a sentar na mesa e conversar”, argumentou.

Segundo Guedes, durante esses dois meses de extensão, o setor produtivo pode se pre­parar para retomar as ativida­des, com a adoção de proto­colos de segurança. “E depois [a economia] entra em fase de decolar novamente, atra­vessando as duas ondas [da pandemia e do desemprego]”, disse durante a 34ª Reunião do Conselho de Governo.

O auxílio é um benefício financeiro concedido pelo go­verno federal a trabalhadores informais, microempreen­dedores individuais, autôno­mos e desempregados, e visa fornecer proteção no perío­do de enfrentamento à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Inicialmente, a previsão era o pagamento de três parcelas de R$ 600.

Na semana passada, o se­cretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Wal­dery Rodrigues, informou que a eventual prorrogação do au­xílio emergencial por mais dois meses deve elevar o custo do programa para um valor entre R$ 202 bilhões e R$ 203 bilhões. A Caixa Econômica Federal vai encerrar no próximo sábado, 13 de junho, o calendário de libe­ração de saques e transferências da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. O di­nheiro visa reduzir os efeitos do novo coronavírus nas camadas mais necessitadas.

A liberação do saque e a transferência da poupança so­cial para outros bancos estão sendo feitas de acordo com o mês de nascimento dos benefi­ciários. Os recursos estão sendo transferidos automaticamente para as contas indicadas.

Nesta quarta-feira (10), será liberado o saque para 2,6 milhões nascidos em outubro; nesta quinta-feira (11), feriado, não haverá liberação; na sex­ta-feira (12), para 2,5 milhões nascidos em novembro; e no sábado (13), para 2,5 milhões nascidos em dezembro.

Guedes também anunciou que o governo federal criará um programa de renda mínima permanente, após a pandemia do novo coronavírus, batizado de Renda Brasil. O ministro disse ainda que será criado um programa para geração de em­pregos formais, com a retoma­da do projeto Carteira Verde e Amarela. “Aprendemos duran­te toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de tra­balho”, disse Guedes durante reunião ministerial coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o ministro, haverá a unificação de vários programas sociais para a criação do Renda Brasil, que deve in­cluir os 38 milhões de benefici­ários do auxílio emergencial, de três parcelas de R$ 600, pago em razão da pandemia da covid-19. Já com o programa Carteira Ver­de e Amarela, umas das bandei­ras de campanha de Bolsonaro, o governo pretende flexibilizar direitos trabalhistas como forma de facilitar novas contratações.

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