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Amor de pai

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O perfil de famílias em que os pais são pessoas idosas e cui­dam dos filhos com deficiência é significativo entre o público atendido pela área de Assistência Social da APAE Batatais. O apo­sentado Luiz Gonzaga Cezarino, por exemplo, é casado com Ma­ria Aparecida Guidetti Cezarino, 72, pai de três filhos, entre eles, o Luiz Roberto Cezarino, 46, que é atendido pela APAE Batatais desde o primeiro ano de vida.

Seria uma história comum se o senhor Luiz não tivesse, no alto dos seus 72 anos, que zelar pela própria saúde para poder cuidar do bem-estar do filho. Acometido por um câncer em 2018, ele garante que hoje está bem. “Ainda sinto um pouco de dor por conta da cirurgia, mas não tenho mais a doença, estou forte para cuidar dele”, conta o aposentado. Segundo Luiz, foram três meses sem fazer o que rotineiramente faz para o filho como dar banho, colocá-lo e tirá-lo do ônibus e colocá-lo para dormir.

O pai conta que, indepen­dentemente de sua condição de saúde, sempre teve a ajuda da família que é muito unida. “A nossa convivência é muito boa, todos têm um amor danado por ele. A gente sai junto, viaja junto. Os irmãos cuidam como se fos­sem pais, as sobrinhas amam ele, até o genro ajuda”, enfatiza.

O aposentado diz que o fi­lho teve complicações no par­to, o que ocasionou sua defi­ciência, porém, o diagnóstico de paralisia cerebral só veio cinco meses depois, após uma infecção urinária. “A partir des­se momento nos preparamos para viver a vida desse jeito. Ele depende da gente pra tudo, mas graças à APAE ele teve uma evolução e um desenvol­vimento. Ele é inteligente, co­nhece as coisas. Então eu acho que a APAE ajudou muito, foi mãe e pai pra ele”, afirma.

Receber o diagnóstico foi difícil, mas era preciso seguir em frente. “Não teve isso de não aceitar, porque o que a vida prepara pra gente a gente tem que viver. A gente ficou pre­parado para cuidar com paci­ência e não abandonar igual muitos fazem. Hoje a gente luta com a nossa saúde pra poder cuidar dele”, conta.

Inclusão
Para o Luiz, o apoio da fa­mília e a participação social é fundamental na vida das pes­soas com deficiência. “A gente procura fazer tudo que ele gos­ta. Onde a gente vai, ele [filho] vai também. A gente nunca deixou ele escondido da socie­dade. Se a gente vai na quer­messe, viajar, onde a gente vai ele está junto. Ele é feliz e a gen­te se sente bem em pode fazer o que ele gosta”, fala.

Apesar da idade, o pai é um dos mais participativos da vida apaeana. “Só não venho quan­do não posso. Eu acompanhei a vida dele na APAE nesses 46 anos e quando eu não venho, a minha mulher vem. Acho que as famílias têm que dar mais atenção nessa parte. Nós parti­cipamos da vida dele”, fala Luiz orgulhoso.

E baseado na importância da participação da família na vida social e educacional dos fi­lhos, que o Luiz deixa sua men­sagem aos pais que comemoram seu dia neste domingo (11). “Eu acho que todos os familiares que têm pessoas com deficiência na família deviam ter o mesmo cui­dado. Eu conheço vários que o pai abandonou, a mãe abandou, outros a avó que cuida. Então eu acho que as pessoas têm que ter mais amor e cuidar melhor da­queles que foram feitos pra ele, não foi feito para outra pessoa cuidar”, conclui.

Cuidando do cuidador
De acordo com a psicólo­ga da APAE Batatais, Josiana Pelis, a APAE Batatais ofere­ce apoio a todas as famílias atendidas pela instituição, inclusive àquelas que têm como arrimo pessoas idosas. No programa ‘Cuidando do Cuidador’ esse público rece­be acolhimento e tem espaço para falar sobre suas dificul­dades, experiências e expecta­tivas relacionadas ao cuidado dos filhos com deficiência. “Temos um grupo específi­co para atender aos cuida­dores. Acolhemos, ouvimos, trabalhamos para reduzir a sobrecarga desse idoso, mas também fortalecemos os vín­culos, mostrando o quanto a pessoa com deficiência confia e depende desse pai ou dessa mãe e o quanto eles [idosos] são capazes e têm valor”, res­salta Josiana.

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