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Amazônia e os cuidados com nossa soberania – 2

Busquemos nos fatos nossos cuidados com nossa soberania:

Em 7/10/2002, o jornal VERDADE veiculou artigo sob o titulo A Chegada Oficial do Espião, e pontuava “…o ingresso desses profissionais da espionagem estrangeira, mediante autorização do governo brasileiro, ocorreu em um momento de oportunismo único, porque, excetuando o jornalista Elio Gaspari da Folha de São Paulo e a excelente revista Carta Capital do jor­nalista Mino Carta, não se ouviu nenhuma voz erguida contra essa agressão ao sentimento e à consciência de nossa independência e soberania”.

Atualmente, cidadão norte-amercano pode entrar no Brasil sem o visto turista, que é exigido para os brasileiros ingressarem lá no território do império. A vassalagem atual retirou a reciprocidade, que qualquer país com altivez exige. De quintal confunde-se com casa da sogra. E vice-versa. É verdade: espião não é turista, mas podo fingir.

Em 05/05/02, o jornal VERDADE, veiculou artigo sob o titulo A derruba­da do embaixador. O embaixador brasileiro José Mauricio Bustani exercia o cargo de Diretor da Organização para proibição das Armas Químicas, integra­da por 145 países. Sua queda foi articulada pelos Estados Unidos, em pressão jamais vista na diplomacia internacional. Bustani representava um estorvo à decisão americana de atacar o Iraque. Provou-se que nosso embaixador tinha razão. Não havia armas químicas no Iraque. Nosso governo, mesmo convocan­do o embaixador, para ouvi-lo pessoalmente, ficou inerte diante do processo de votação, que o retirou da Diretoria, sem maioria absoluta.

Nesse rosário de pequenez ética, moral e cívica, não poderia faltar o que aconteceu na cooperação da Lava-Jato com o Departamento de Justiça ame­ricana, que até entregou documentos que serviram para punir a Petrobrás, mesmo sendo ela vitima de assalto, e ainda sem que essa cooperação passasse pelo Ministério da Justiça. que recentemente informou nada ter passado por ali, classificando a ilegalidade dos atos. Vale como ilustração, o que o blog GGN, do jornalista Luis Nassif, veiculou literalmente: “Em abril de 2016, o procurador Paulo Roberto Galvão viajou aos Estados Unidos e esteve com agentes do Departamento de Justiça (DOJ) e da SEC, Comissão de Valores Mobiliários norte-americanos, e em fevereiro de 2017, Carlos Fernandes dos Santos e Deltan Dallagnol também estiveram no Departamento de Justiça”.

E nem se despreze o que foi publicado no Google, no dia 5 de julho de 2016, sob o titulo ‘WIKILEAKS REVELA INFLUENCIA DOS EUA SOBRE A LAVA JATO E SERGIO MORO”, dizendo no resumo de longa matéria: “Do­cumentos do governo dos Estados Unidos vazados pelo WiKileaks revelam o treinamento de Sergio Moro e mostram como os trabalhos do juiz federal e da Lava Jato sofrem influência daquele país. O informe cita ainda assessoria externa em “tempo real” para os brasileiros”.

Sergio Moro, ainda, terá uma biografia merecida. Agora se tornou sócio da empresa de consultoria internacional Alvarez & Marsal que trabalhou na recuperação da Odebrechet. Foi essa mesma empresa que apresentou a prova de que o apartamento tríplex pertencia a OAS, e mesmo assim o ex-Juiz preferiu criar um proprietário imaginário.

E, ainda, para onde Sergio Moro se dirigiu, afastando-se por cinco dias do Ministério da Justiça, quando o Interceps Brasil começou a revelar as ilegalidades absurdas da Lava Jato? Para os EUA, quiçá para buscar saberes junto à CIA, órgão de espionagem.

A certeza de que a América Latina, e nela o grandioso Brasil salve-salve, que é confundido, às vezes, como um quintal, está na declaração que o jorna­lista Nelson Sá, em sua coluna TODA MIDIA da Folha de São Paulo, do dia 4 de dezembro, veicula literalmente assim:

No New YorK Times “China prestes a ser a primeira a distribuir vacina na América Latina, diz autoridade americana”, “China a caminho de bater os EUA”.

A autoridade é o chefe do Comando Sul, na Flórida, almirante Craig Faller. Ele ficou conhecido no Brasil ao apresentar o brigadeiro David Alco­forado para o Trump, comentando: “Brasileiros pagando para ele vir aqui e trabalhar para mim”.

Cada fato, ora relatado, representa ato de dissimulada submissão a interesses que não são nossos, contaminando qualquer esforço de se colocar nossa soberania no centro de um projeto nacional de desenvolvimento; e a Amazônia constitui uma parte do território que não está coberta por uma consciência integrativa de nossa identidade nacional.

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