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‘Amália’ só volta para RP em 2022

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A locomotiva alemã Bor­sig que foi retirada da praça Francisco Schmidt, na avenida Jerônimo Gonçalves, na divisa do Centro Velho com a Vila Tibério, Zona Oeste, em 18 de julho do ano passado, para ser restaurada, será instalada no Parque Maurílio Biagi quando retornar para Ribeirão Preto, em janeiro.

Esta é a quarta data anun­ciada para o retorno da ma­ria-fumaça. O prazo de doze meses previsto no contrato venceu em julho. Depois, pas­sou para outubro. A previsão seguinte seria para o final de novembro e, agora, a Secreta­ria Municipal de Cultura e Tu­rismo anunciou que será em janeiro de 2022.

A expectativa é receber a lo­comotiva de volta ainda na pri­meira quinzena. Segundo a pas­ta, a área onde a maria-fumaça será instalada, no Parque Mau­rílio Biagi, está sendo adequada. “A Secretaria da Cultura infor­ma que a adequação do espaço para receber a locomotiva já está em andamento e a previ­são de entrega é para janeiro”.

A locomotiva – batizada de “Amália” por causa da usina a que pertencia antes de ser do­ada ao município, o nome está gravado nas laterais do equipa­mento – ficará no parque por ser um lugar público, mas livre de depredação e vandalismo, além de oferecer segurança aos visitantes e ser de fácil acesso.

Na praça Francisco Schmi­dt, na área da “cracolândia”, a maria-fumaça acumulava lixo e tinha virado abrigo para ra­tos, além de ser alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 47 anos. A partir dos trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Es­tradas de Ferro, foi possível transportar mais rapidamente o café produzido na região na segunda metade do século 19.

Com isso, ela contribuiu para o enriquecimento e a fama de barões do café como Henrique Dumont (1832- 1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850- 1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava ex­posta desde 1973.

A maria-fumaça “Amália” é tombada pelo pelo Conselho de Preservação do Patrimô­nio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac). Os trabalhos de restauração da locomotiva es­tão sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Pre­servação Ferroviária (ABPF). A prefeitura de Ribeirão Pre­to abriu licitação, em maio do ano passado, no valor de R$ 808,33 mil, mas o serviço ha­via sido contratado por cerca de R$ 805 mil e agora baixou para R$ 749 mil.

Os recursos para o restauro da locomotiva são oriundos do empréstimo de R$ 75 milhões feito pelo município por meio do Programa de Financiamen­to à Infraestrutura e ao Sane­amento (Finisa) do Banco do Brasil, que contempla outras obras. A recuperação da ma­ria-fumaça obedece a várias etapas que incluem desde a retirada da locomotiva do lo­cal, com a ajuda de guincho e caminhão munck, para ser restaurada em ambiente apro­priado, em Campinas.

Todos os componentes da locomotiva estão sendo restau­rados ou substituídos, caso não seja possível a recuperação. O trabalho também está sendo acompanhado por um profis­sional especializado em patri­mônio cultural e ferroviário. A locomotiva Phantom, popu­larmente conhecida como ma­ria-fumaça, pertencia à Usina Amália e em 1912 foi doada para Ribeirão Preto pelas In­dústrias Matarazzo.

O modelo é uma das três remanescentes do fabricante alemão Borsig no Brasil. As outras duas estão em Itapeti­ninga e Jaguariúna. Abando­nada, a ribeirão-pretana serviu durante muito tempo como dormitório de pessoas em situ­ação de rua e também de abri­go para usuários de drogas.

Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Mogiana”, ins­talada na antiga Estação Ferro­viária Mogiana, na Zona Norte. A Câmara pediu e o Conselho de Preservação do Patrimô­nio Cultural de Ribeirão Pre­to aprovou seu tombamento e duas entidades querem usar as duas locomotivas para projetos de “trem turístico”.

A locomotiva e os quatro metros de trilho que a susten­tavam são os últimos resquí­cios da Estação Ribeirão Preto na Vila Tibério, que funcionou a partir de 1885 e foi demoli­da em 1968. Naquele trecho existiu no passado a gare (pla­taforma) de embarque e de­sembarque por onde milhares de imigrantes passaram para trabalhar nas lavouras de café.

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