Tribuna Ribeirão
Geral

Locomotiva ‘Amália’ é retirada da praça Schmidt

CARLOS LAGAMBA/AMIGOS DA FOTOGRAFIA

Maria Fumaça será restaurada em Campinas, em trabalho que vai custar R$ 800 mil e durar cerca de 12 meses

A locomotiva alemã Borsig foi retirada da praça Francisco Schimdt, na avenida Jerônimo Gonçalves, na região da Baixa­da, na divisa do Centro Velho com a Vila Tibério, Zona Oes­te, na manhã de sábado, 18 de julho, para ser restaurada. Todo o trabalho foi acompanhado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ri­beirão Preto (Conppac), que aprovou o tombamento provi­sório da maria-fumaça.

Os trabalhos de restaura­ção da locomotiva – batizada de “Amália” por causa da usi­na a que pertencia antes de ser doada ao município, o nome está gravado nas laterais do equipamento – foi feito com guinchos e caminhões munck. O trânsito ficou complicado na rua Martinico Prado, na Vila Tibério. A prefeitura de Ribei­rão Preto abriu licitação, em maio, no valor de R$ 808,33 mil, mas o serviço será feito por uma empresa de Campi­nas por cerca de R$ 805 mil

Os recursos para o restauro da locomotiva são oriundos do empréstimo feito pelo municí­pio por meio do Programa de Financiamento à Infraestrutu­ra e ao Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal. A recuperação da maria-fumaça obedece a várias etapas que incluem desde a retirada da locomotiva do local para ser restaurada em ambiente apro­priado até seu retorno à praça Francisco Schimdt.

Todos os componentes da locomotiva serão restaurados. Caso isso não seja possível, serão substituídos. O trabalho também será acompanhado por um profissional especiali­zado em patrimônio cultural e ferroviário. O prazo máximo para a conclusão do serviço de restauração é de doze meses. A locomotiva Phantom, popu­larmente conhecida como ma­ria-fumaça, pertencia a Usina Amália e em 1912 foi doada para Ribeirão Preto pelas In­dústrias Matarazzo.

O modelo é uma das três remanescentes do fabrican­te alemã Borsig no Brasil. As outras duas estão em Itapeti­ninga e Jaguariúna. Abando­nada, a ribeirão-pretana serviu durante muito tempo como dormitório de pessoas em si­tuação de rua e também de abrigo para usuários de drogas – a praça chegou a ser uma das “cracolândias” da cidade.

Por causa da presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM), o equipamento não estava sendo usado para essas finalidades. Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Mo­giana”, instalada na antiga Es­tação Ferroviária Mogiana, na Zona Norte. A Câmara pediu ao Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ri­beirão Preto (Conppac) o seu tombamento e duas entidades querem usar as duas locomo­tivas para projetos de “trem turístico”.

Já a Associação dos Mo­radores da Vila Tibério e Ad­jacências (Amovita) protoco­lou no Conppac o pedido de tombamento da “Amália” para que a máquina seja mantida na praça Francisco Schmidt. Alega que a locomotiva e os quatro metros de trilho que a sustentam são os últimos res­quícios da Estação Ribeirão Preto no bairro, que funcionou a partir de 1885 e foi demoli­da em 1968. Naquele trecho existiu no passado a gare (pla­taforma) de embarque e de­sembarque por onde milhares de imigrantes passaram para trabalhar nas lavouras de café.

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