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Alunos de escola no Simioni se destacam em Mostra de Ciências

FOTOS: ALFREDO RISK

Um robô para melhorar a saúde mental de idosos. Uma pesquisa voltada para produ­ção de uma bucha biodegra­dável, feita a partir da casca do abacaxi. Construção de uma centrífuga em impressora 3D. Projetos interessantes que po­deriam ser apresentados por estudantes ou professores de cursos superiores, mas que na verdade partiram de alunos de 8º ou 9º anos do Ensino Fun­damental, Ensino Médio ou Técnico, de escolas públicas e particulares das regiões metro­politanas de Campinas e Ribei­rão Preto.

As propostas fizeram par­ta da 9ª Mostra de Ciência e Tecnologia, realizada pelo Ins­tituto 3M entre 8 e 12 de no­vembro. Em sua nona edição, o evento premiou 21 projetos nas sete categorias de conhe­cimentos. A Escola Estadual Prof. Dr. Oscar de Moura La­cerda, localizada na avenida Magid Simão Trad, no bairro Adelino Simioni, foi a única de Ribeirão Preto a ficar entre os finalistas com dois projetos apresentados.

Os trabalhos finalistas fo­ram na categoria Ciências Exa­tas e da Terra e a escola teve o trabalho ‘Construção de Cen­trífuga em Impressora 3D’, do estudante Gabriel Cocenza, orientado pelos professores Carla Andrucioli e Ricardo Sartori e na categoria Ciên­cias Humanas com ‘MONU – Modelo da Organização das Nações Unidas em Escolas do Ensino Médio’, do aluno Vic­tor Hugo Modesto Trindade, orientado pelos professores Ricardo Sartori e Rosana Apa­recida Miguel Pio.

Laboratório de robótica foi o primeiro passo para que a escola participasse da Mostra através da descoberta dos alunos talentosos na área da robótica

Marta Murari é diretora na EE Moura Lacerda desde 2011. Ela explica que em 2018 a unidade passou a integrar o PEI – Programa Ensino Inte­gral. “E no nosso caso, EMTI – Ensino Médio de Tempo Integral. A partir daí, a nossa busca diária é procurar ofere­cer um ensino de excelência ao nosso público. Nosso desejo é que meninos e meninas sejam protagonistas de suas próprias histórias, onde seus projetos de vida sejam norteadores do tra­balho de formação acadêmica desenvolvido pelos professores da escola”, explica.

A diretora enfatiza o in­vestimento no laboratório de robótica, possibilitado pela Se­cretaria da Educação de SP, por meio do PDDE PAULISTA – Programa Dinheiro Direto na Escola. “Foi o primeiro passo para que a escola participasse da Mostra de Ciências promo­vida pelo Instituto 3M do Bra­sil, através da descoberta dos alunos talentosos na área da robótica da escola”.

Marta Murari, lembra que essa não é a primeira vez que a escola é reconhecida na Mos­tra. “A nossa primeira parti­cipação foi em 2020 quando a escola recebeu o prêmio de ‘Escola destaque do desafio de inovação’ proposto pelo Instituto”, diz.

Segundo ela, a escola tem seu trabalho, pedagógico e administrativo, voltado exclu­sivamente para a formação de alunos autônomos, solidários e competentes. “Elevando assim, a qualidade do ensino ofere­cido em uma escola pública e de periferia; quebrando o ciclo de fracasso atribuído às escolas públicas em geral. O nosso tra­balho é investir no sucesso dos nossos alunos e os frutos já es­tão sendo colhidos. E que bom que está sendo visto por outros membros da sociedade que não sejam os, diretamente, en­volvidos na educação”, ressalta.

Construção de Centrífuga em Impressora 3D
A professora Carla Andru­cioli Carnesecca diz que o pro­jeto da Centrífuga foi proposto pelo aluno Gabriel Cocenza a partir de um motor de venti­lador que estava na sala dela. “Assim que o Gabriel propôs fomos conversar com o pro­fessor Emerson Barbieri, de química, para sabermos se se­ria útil no laboratório. Após a aprovação do professor come­çamos o processo de elabora­ção. A partir daí foram vários testes e erros até finalmente o protótipo ficar pronto e já está sendo usado pelos professores da área de ciências da natureza no laboratório”, comenta.

Carla conta que a escola tem participado da Mostra desde 2019. “No ano passado foram apresentados alguns projetos e o aluno Gabriel Cocenza foi 2° colocado na categoria de Hu­manas com o projeto ‘Pobres, proletários e parasitas’”.

“Participar de um projeto como esse é sempre bom, por­que ao mesmo tempo que você aprende os conceitos teóricos, você também tem a oportuni­dade de aplicar na prática. Então aquelas aulas de física que eu nunca achei que serviriam pra nada na minha vida, mas foram muito importantes para tirar a centrífuga do papel. E é muito gratificante poder ver nosso tra­balho sendo reconhecido com uma vaga na final de uma feira conceituada, isso só nos moti­va ainda mais a continuar tra­balhando”, comemora Gabriel, um dos alunos finalistas.

MONU – Modelo da Organi­zação das Nações Unidas
O professor Ricardo Sarto­ri conta que o MONU surgiu como uma proposta do Grê­mio Estudantil e que muitos alunos demonstraram interes­se em participar do projeto. “Estes alunos então escolhe­ram os países que iriam repre­sentar nas próximas reuniões, cientes de que deveriam não só conhecer seus respectivos paí­ses, mas também os represen­tar em todas as reuniões. Tais países foram apresentados, debatidos e protagonizaram questões mundialmente rele­vantes”, explica.

“Durante o primeiro en­contro foram apresentados os países de cada um, ali surgi­ram pautas que nortearam as próximas reuniões. Os simu­lados das nações unidas foram realizados mensalmente e a cada encontro de duas horas e meia, pudemos observar a autonomia de cada aluno, jun­to a um pensamento crítico e visão de mundo crescendo ex­ponencialmente. Os encontros durante o ano foram muito produtivos e acabaram deixan­do um gostinho de quero mais, que garante que este projeto terá continuidade ao longo dos próximos anos”, finaliza.

Estudantes simularam debates de países da ONU. Proposta foi uma das finalistas

Tecnologia e criatividade
Pelo segundo ano consecutivo a Mostra de Ciências e Tecnologia Instituto 3M foi realizada em formato 100% virtual e, nesta edição recebeu 224 inscrições, tendo 102 projetos finalistas. Foram premiados os três melhores projetos de cada categoria – Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais e Engenharia – e os vencedores receberam uma premiação em dinheiro, além de três projetos serem contemplados com credenciais para a Febrace 2022, a maior feira Brasileira de Ciência e Engenharia que estimula jovens cientistas.

O evento é realizado desde sua primeira edição em parceria do Laboratório de Sistemas Integráveis Tec­nológico (LSI-TEC), organizador da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), e apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Dentre os projetos vencedores está a criação de uma pesquisa voltada para a produção de uma bucha biodegradável, feita a partir da casca do abacaxi. Desenvolvido pelos alunos da ETEC Professor Dr. José Dagnoni, em Santa Bárbara d’Oeste. O projeto conquistou o 1° lugar na categoria de Ciências Biológicas.

Alunos da escola SESI – Centro Educacional também de Santa Bárbara d’Oeste, desenvolveram um proje­to de robô que pode ajudar a manter idosos ativos em casas de repouso. A ideia dos alunos do município é que o robô conte com habilidades 100% interativas e estimule o raciocínio dos idosos com charadas, conversação e até mesmo tocando músicas, ajudando na saúde física e mental desse público que teve restrições mais rígidas no período de pandemia.

Outro projeto finalista é o das alunas da Escola Osmar Passarelli Silveira Professor – Cemep, em Paulínia. Elas criaram um aplicativo que ajuda mulheres a denunciarem casos de violência, chamado “Help for you”. A ferramenta tem como uma das principais características a usabilidade e design bem estruturado e já está sendo testada por 10 mulheres.

Os alunos da Escola ETEC de Nova Odessa, município do Estado de São Paulo, pensaram em soluções susten­táveis para o tratamento de água. O projeto consiste em utilizar luz UV (ultravioleta) para descontaminar cister­nas ou reservatórios de água. O objetivo principal do trabalho é desenvolver um descontaminador de água sem a utilização de produtos químicos, que ainda são muito utilizados no processo de purificação.

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