O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu que professores agredidos por alunos chamem a polícia e que os pais sejam processados. Segundo o ministro, se algum estudante receber recursos do Bolsa Família, o benefício deve ser cortado. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Perguntado sobre que medida pretende adotar para cumprir a promessa do programa de governo sobre disciplina nas escolas, afirmou: “No curto prazo, não faremos nada nesse aspecto. Mas sou a favor de seguir a lei. Se o aluno agride, o professor tem de fazer boletim de ocorrência. Chama a polícia, os pais vão ser processados e, no limite, tem que tirar o Bolsa Família dos pais e até a tutela do filho. A gente não tem que inventar a roda. Tem que cumprir a Constituição e as leis ou caminhamos para a barbárie. Hoje há muito o ‘deixa disso’, ‘coitado’. O coitado está agredindo o professor. Tem que registrar, o pai tem que ser punido. Se não corrigir, tira a tutela da criança. Se o professor alega que ele não tem apoio do Estado, um recado: o Estado somos nós”.
Defensor do combate ao chamado “marxismo cultural”, Weintraub disse que vai tomar conta de tudo que sair do MEC: de provas nacionais a livros didáticos. E disse que está preparado para enfrentar sabotagens internas no ministério, afirmando que não é caçador de comunista. “Quando chegamos aqui na Casa Civil começamos a dialogar com os caminhoneiros. Lá pelas tantas, dois infiltrados soltaram um comunicado dizendo que caminhoneiro era sem vergonha. Era sabotagem. Eles foram desligados. Ainda tem gente que vai sabotar. Estamos preocupados com vazamentos, com sabotagens. Mas não estou indo lá caçar ninguém. Não sou caçador de comunistas. Não gosto do comunismo, mas aceito o comunista. Quero a redenção dele.”
Ele afirmou ainda que recebeu carta branca de Bolsonaro para nomear a equipe e avisou, sem citar nomes ou números que já sabe quem vai demitir no MEC. “Já sei algumas pessoas que vou tirar. Vou colocar técnicos e gestores no lugar. Estamos buscando no curto prazo entregar os números, o resultado. Temos o compromisso não só com o grupo que nos elegeu. Temos de governar para todos. E isso envolve fazer provas, as coisas chegarem na hora certa, e no preço”, disse Weintraub.