Tribuna Ribeirão
Economia

Alívio no preço do arroz fica para 2021, diz Ipea

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

Os preços internos do arroz, um dos vilões da recente acele­ração da inflação de alimentos, deverão experimentar um alí­vio apenas no início de 2021, com a entrada da nova safra do grão, sustentam pesquisadores do Instituto de Pesquisa Eco­nômica Aplicada (Ipea). A re­dução de tarifas de importação para o arroz produzido fora do Mercosul deverá ter efeito ape­nas de limitar a alta de preços.

“As menores vendas do ar­roz beneficiado e a expectativa de importações do arroz de fora do Mercosul podem limitar a alta dos preços nos próximos meses. Com a oferta restrita, apenas com a entrada de uma nova safra no primeiro trimes­tre de 2021 pode haver algum ajuste negativo de preços”, diz um trecho da Nota de Conjun­tura 21 da Carta de Conjuntura do quarto trimestre, divulgada no site do Ipea.

Na comparação de janeiro a setembro de 2020 com relação ao igual período de 2019, o In­dicador Esalq/Serviço Nacio­nal de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS) de preço do arroz em casca, acumula um salto de 50,8%. Segundo os pesquisadores do Ipea, a inflação reflete a baixa disponibilidade de arroz no mercado doméstico e os “altos valores das paridades de expor­tação e importação”.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am­plo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira, 24 de novem­bro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação oficial do país, o preço do arroz já subiu 8,29% neste mês. O indexador tem alta de 0,81%

Os preços do arroz passaram a aumentar de forma mais acele­rada no terceiro trimestre, quan­do a produção nacional, colhida no início de cada ano, já estava no mercado. Para tentar reduzir a restrição de oferta, o governo federal liberou a importação de 400 mil toneladas de fora do Mercosul com isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) até 31 de dezembro de 2020.

Nas estimativas do Ipea, a produção de arroz na safra 2020/21 será menor do que a anterior. A Companhia Na­cional de Abastecimento (Co­nab) “espera aumento de 1,6% na área plantada, mas produ­tividade 4,2% menor, resul­tando em queda de 2,7% da produção”, diz a nota técnica do Ipea. “A expansão prevista da área reflete os bons preços do produto”, continua o texto. Mesmo assim, o simples au­mento da disponibilidade de arroz no mercado doméstico poderá trazer algum alívio para os preços.

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