Com a impossibilidade de visitarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, parlamentares aliados se revezam para ir a Curitiba e evitar que a “vigília” em apoio ao petista se esvazie. Além disso, o PT organiza programações culturais para tentar manter as atividades diárias em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde o ex-presidente cumpre pena desde o último dia 7.
Nesta sexta-feira, 20, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro Aloísio Mercadante estiveram no local durante a manhã. Os discursos dos petistas insistem na manutenção da pré-candidatura de Lula à Presidência da República, mesmo preso, e defendem a liberdade do ex-presidente, condenado na Operação Lava Jato.
“A hora agora é de resistência, eles acham que vão nos ganhar no cansaço, criam todo tipo de dificuldade, mas esse acampamento aqui é uma semente da resistência”, afirmou Pimenta, em discurso para os apoiadores. Nas redes sociais, o PT divulga vídeos insistindo que a vigília seja mantida enquanto Lula estiver preso. “Nós só saímos da rua com o Lula junto conosco. Liberem o Lula que nós vamos embora”, disse Pimenta. “Lutar pela liberdade de Lula é fundamental, toda militância nossa tem que estar aqui”, declarou Mercadante.
Há um acampamento montado para que os manifestantes passem a noite, a cerca de um quilômetro do prédio da PF. Todos os dias, os protestantes vão à região perto do cordão de isolamento do prédio para gritar “bom dia” ao ex-presidente e promovem atividades durante o dia. Além dos discursos políticos, há rodas de músicas e outras programações, que passam por partidas de futebol, como na tarde de hoje, e até aulas de ioga e meditação, ocorridas na quinta-feira, 19.
Visitas – O ex-presidente, a princípio, só está autorizado a receber visitas de advogados no dia a dia e de familiares em dias determinados, assim como os outros detentos. Aliados alegam que Lula merece um tratamento diferenciado porque seria um “preso político”. A juíza da Vara de Execuções Penais Carolina Moura Lebbos tem negado que outras pessoas entrem na sala especial onde o petista está preso.