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Alexandre Titoto é condenado a 25 anos de prisão

O usineiro Alexandre Titoto, acusado de matar o analista financeiro Carlos Alberto de Souza Araújo, em fevereiro de 2003, foi condenado por homicídio triplamente qualificado nesta quinta-feira, 28 de setembro, a 25 anos de prisão em regime fechado. A juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, aplicou pena-base de 15 anos ao réu e mais dez anos pelas “qualificadoras” – motivo torpe, sem oferecer chance de defesa à vítima e meio cruel.

Titoto saiu do Salão do Júri do Fórum Estadual de Justiça algemado. Ele vai passar por exame corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) antes de ser encaminhado para unidade prisional da região. A defesa vai recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) – nesses casos, o recurso já é protocolado imediatamente. O usineiro sempre alegou ter agido em legítima defesa.

Já o promotor Marcus Túlio Nicolino, do Ministério Público Estadual (MPE), garante que a tese da defesa é fraca. Segundo ele, as circunstâncias do crime e os laudos periciais indicam que Titoto matou Araújo com a ajuda do gerente de lava-rápido Adelir da Silva Mota e depois sepultou a vítima ainda com vida em uma estrada rural. O comparsa do empresário também responde por homicídio triplamente qualificadol.

Carlos Alberto de Souza Araújo trabalhava no Banco Nacional de Paris. Segundo o MPE, Alexandre Titoto e Adelir Mota agrediram e depois enterraram a vírima inda viva, em propriedade do usineiro na zona rural entre Altinópolis e Serrana. Uma dívida de R$ 620 mil contraída com o banco francês pelo acusado teria motivado a discussão, que culminou com o assassinato.

Adelir da Silva Mota foi preso em novembro de 2014, depois de ser condenado a 18 anos de prisão em regime fechado. O TJ/SP anulou a sentença em dezembro do ano passado e o réu foi solto. O julgamento de Alexandre Titoto já havia sido adiado por duas vezes em 2016. Em junho, sob alegação que uma testemunha não compareceu na audiência em data estabelecida, a juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira adiou o julgamento.

Em dezembro, quem pediu o adiamento foi o promotor Marcus Túlio Nicolino, em função da anulação da decisão do júri que havia condenado Adelir da Silva Mota, e o entendimento do agente público da acusação que a decisão em poderia “contaminar” o de Alexandre Titoto, em decorrência dos acusados responderem pelos crimes semelhantes.

Titoto chegou a ser preso na época do crime. À Polícia Civil, ele afirmou que fazia aplicações financeiras com Araújo, quando passaram a discutir por causa da venda de um carro importado: a vítima não teria recebido o valor combinado de R$ 405 mil – atualizado em R$ 620 mil. Os dois iniciaram uma briga com agressões físicas e Mota – que prestava serviços para o usineiro Titoto –disse em depoimento que interferiu, agredindo o analista financeiro com socos e com pedaços de uma moldura de quadro do escritório do acusado em um prédio comercial no Jardim Irajá, na Zona Sul.

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