O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, considerou um “equívoco” do ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun, condicionar a liberação de recursos do governo federal e dos bancos públicos ao esforço de governadores e prefeitos para garantir apoio à reforma da Previdência.
Em entrevista à Radio Jovem Pan nesta quarta-feira, 27, Alckmin avaliou que esta vinculação não é permitida. “Acho que foi equívoco do ministro e tenho certeza que ele vai corrigir isso porque não pode uma instituição financeira vincular liberação de financiamento a órgão público à votação de parlamentares. É um retrocesso”, afirmou.
Na terça-feira, 26, Marun admitiu a ação e disse que “realmente o governo espera reciprocidade” de quem tem recursos a serem liberados. Disse que são ações de governo e que está apenas pedindo ‘ajuda’ em troca de votos pela Previdência.
Alckmin acrescentou que o PSDB é favorável à reforma, fechou questão em torno do assunto e tentará combater a divisão interna que ainda existe no partido a respeito do tema por meio do convencimento dos parlamentares.
Ele argumentou que a reforma é uma questão de justiça, na medida em que iguala as condições entre o trabalhador da iniciativa privada e do funcionalismo, e, por isso, o apoio à reforma é uma questão de responsabilidade do partido. Alckmin disse que já há maioria no PSDB a favor da mudança de regras da Previdência. “Quanto mais se postergar, mais grave fica a situação.”
Prévias – O governador defendeu que a realização de prévias dentro do partido para definir os candidatos que concorrerão aos cargos majoritários na eleição de 2018 aconteça antes de março. Esse é o prazo final da janela partidária, quando políticos podem mudar de partido para concorrer. Alckmin já anunciou sua intenção de disputar a Presidência da República e deverá enfrentar internamente o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que também quer concorrer ao cargo.