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Alberto Goldman é sepultado na capital

MARCELO CAMARGO/ AG.BR

O corpo do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) foi sepultado às 16 horas no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Antes do sepulta­mento, Flávio, um dos cinco fi­lhos do ex-governador, disse que Goldman demonstrava indigna­ção com os retrocessos políticos no Brasil até os últimos dias de vida. Ele tinha 81 anos e estava internado no Hospital Sírio-Li­banês, onde passou por cirurgia em função de uma hemorragia no cérebro, mas não resistiu.

“Ele se indignava e se revolta­va inclusive com a situação trá­gica de retrocessos que vivemos hoje no Brasil”, disse Flávio ao se despedir do pai. A pedido da fa­mília, o enterro teve uma cerimô­nia breve conduzida pelo rabino Yossi Alpern. O corpo estava cercado por amigos e parentes. O senador José Serra (PSDB-SP), os ex-vereadores Andrea Matarazzo (PSD), Nabil Bondouki (PT) e o vereador José Rolim (PSDB) eram os únicos políticos presentes. A maior parte das autoridades se despediu do ex-governador mais cedo, no velório.

Serra ressaltou que a au­sência de Goldman é ainda mais sentida no momento em que o PSDB passa por mudanças radi­cais sob o comando do governa­dor João Doria, desafeto do ex­-governador. “Ele foi um grande homem público, um batalhador na luta pela redemocratização e por um novo desenvolvimento do Brasil. Neste momento do PSDB e do Brasil, vai fazer mais falta ainda”, disse Serra.

Velório – Mais cedo, o velório reuniu lideranças políticas de diversos partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. A grande ausência foi o governador João Doria, desafeto do tucano. O atual governador paulista decretou luto de três dias e ofereceu o Palácio dos Bandeirantes para a famí­lia velar o corpo. Os familiares, porém, optaram pela Alesp.

Presente ao velório, ex-gover­nador Geraldo Alckmin exaltou o papel de Goldman como referência para os tucanos: “Ele é uma bela luz para orientar os novos tempos do PSDB. Sempre foi muito coerente, com uma linha só: olhar para social, defesa da democra­cia”. Depois de apoiar Paulo Skaf na disputa pelo governo paulista no ano passado, o ex-governador foi alvo de um pedido de expulsão do PSDB por parte do grupo do governador João Doria.

“Goldman foi muito generoso comigo. No ano passado, quando fui candidato a governador, ele abertamente me apoiou apesar de estar no PSDB. Guardo com muito carinho essa atitude”, disse Skaf ao chegar ao velório. O ex-presi­dente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, lembrou que esteve ao lado de Goldman no período da democratização e classificou o ex-governador como um homem “correto e sério”.

O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, do PT, contou que entrou no MDB nos fim dos 70 incentivado por Goldman. “Ele era uma voz progressista no PSDB”, afirmou o petista. Goldman morreu no início da tarde de domingo (1º). Ele tinha 81 anos e estava interna­do desde 19 de agosto no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após passar mal e ser submetido a uma cirurgia no cérebro.

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