Tribuna Ribeirão
Economia

Ajuda de R$ 600 Senado amplia auxílio emergencial

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

O Senado aprovou a am­pliação do auxílio emergencial de R$ 600 pago a trabalhadores informais durante três meses. O projeto garante o benefício para mães adolescentes e o dobro do valor (R$ 1,2 mil) para pais chefes de família. Atualmente, apenas as mães solteiras e maio­res de idade são beneficiadas. A proposta depende agora de san­ção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor e alterar as regras do pagamento.

O auxílio foi desenhado para ajudar informais durante a crise do novo coronavírus. Segundo cálculos do Ministé­rio da Economia, a ampliação terá um custo extra de R$ 9,7 bilhões, além dos R$ 98 bi­lhões previstos inicialmente. O Senado reverteu uma mu­dança feita na Câmara dos De­putados e evitou um impacto maior, de R$ 15,1 bilhões. A proposta foi aprovada por una­nimidade, com 80 votos.

O texto aprovado garante o benefício a uma série de cate­gorias informais, classificadas como “invisíveis”, reduzin­do a margem para o governo deixar de fazer a transferência para esses trabalhadores. O Executivo federal começou a pagar o auxílio emergencial no último dia 9. A proposta ago­ra deixa clara a garantia para cabeleireiros, barraqueiros de praia, baianas de acarajé, entre outros.

Se Bolsonaro sancionar o texto, trabalhadores que tiveram rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018 pode­rão receber o benefício. A lei em vigor impede o pagamento nesse patamar. A justificativa da mu­dança é garantir o auxílio para quem, eventualmente, teve um rendimento superior em 2018 mas perdeu renda na sequência, como taxistas. Se o trabalhador terminar o ano de 2020 com um rendimento maior do que esse, porém, ele terá de devolver o valor do auxílio. O Senado reto­mou a devolução, que havia sido retirada pela Câmara, reduzindo o impacto em R$ 5,4 bilhões.

De acordo com o projeto aprovado, trabalhadores subme­tidos a contratos intermitentes com renda mensal inferior a um salário mínimo terão acesso ao benefício. No formato atual, essa categoria é classificada como empregados formais e não tem acesso ao pagamento. Além dis­so, apenas a morte do beneficiá­rio suspenderá o pagamento do auxílio. Pelo texto da Câmara, indícios de irregularidade tam­bém cancelavam a transferên­cia. Na prática, o projeto reduz a possibilidade de um “pente-fi­no” no programa.

O Senado excluiu da versão da Câmara a previsão do auxí­lio emergencial para quem não tem Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou título de eleitor. A situação está no Judiciário. Na última segunda-feira, 20 de abril, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, acolheu pedido do governo e garantiu a exigência de regularização do CPF para benefício.

O projeto permite ainda a suspensão do pagamento das parcelas do Fundo de Finan­ciamento Estudantil (Fies), que financia mensalidades em universidades privadas. Com a proposta, será possível adiar duas parcelas para os contratos em fase de utilização ou carên­cia e quatro parcelas, para os contratos em fase de amortiza­ção. O governo federal poderá prorrogar a suspensão, válida apenas para quem estava em dia com os pagamentos antes do estado de calamidade públi­ca, iniciado em 20 de março.

BPC
Após alteração na Câmara, os senadores devolveram ao projeto a ampliação do Bene­fício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. A proposta garante o BPC para quem tem renda familiar de meio salário mínimo mensal. Atualmente, o limite é de um quarto do salário mínimo. Ou seja, mais pessoas passariam a ter acesso ao benefício. O go­verno é contra essa medida, calculando o impacto em R$ 20 bilhões no ano.

Antecipação da 2ª parcela é cancelada
O Ministério da Cidadania informou, em nota divulgada na noite de quarta-feira (22), que o governo está impedido legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. Na segunda-feira (22), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que os trabalhadores informais e pessoas inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) nascidas em janeiro e fevereiro receberiam a segunda parcela nesta quinta-feira (23).

Segundo a nota, o ministério recebeu uma recomendação da Controladoria Geral da União (CGU) e cancelou a antecipação da segunda parcela. A pasta explicou que, devido ao alto número de informais cadastrados, o recurso disponível para cada uma das três parcelas é de R$ 32,7 bilhões, já foram transfe­ridos R$ 31,3 bilhões, e ainda serão avaliados cerca de 12 milhões de cadastros para a primeira parcela.

Por causa disso, o ministério produziu na quarta-feira uma nota técnica e solicitou ao Ministério da Economia a previsão para uma suplementação orçamentaria o mais rápido possível. Segundo a nota, devido a isso, por fatores legais e orçamentários e pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, o ministério está impedido legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio.

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