Nesta semana vivemos, ainda em tempo de Natal! Entre as Solenidades da Epifania e do Batismo do Senhor, continuam ressoando em nosso interior a sensibilidade e o espírito de fraternidade, que, geralmente as festas natalinas produzem na criatura humana.
Epifania significa a manifestação do Salvador, em nossa realidade humana, atingindo a todos sem discriminação. Este é o grande mistério celebrado, sob diferentes aspectos, pelo Natal e pela Visita dos três Reis Magos ao Menino de Belém, vindos do Oriente, guiados por uma estrela. Esta festa nos convoca a uma comunhão universal com todos os povos, com os diferentes jeitos de adorar a Deus e a buscar a libertação, a dignidade e a paz, a partir dos pobres.
Herodes e as autoridades eclesiásticas daquele tempo não se conformavam com o nascimento do Salvador. Ele colocava em risco tudo aquilo que os mantinha no poder. Ameaçava o prestígio, os cargos, funções e privilégios que, à custa do povo simples, alimentava a inveja e o medo de perder a vida que os embriagava de luxo, soberba, prepotência e arrogância. É parecida a realidade atual, quando fica patente a inveja nas dimensões familiares, pastorais, políticas e sociais. Os “Herodes” de hoje não pensam duas vezes para degolar qualquer pessoa que lhes represente risco de mudança. Esses, naturalmente, não vivem o mistério do Natal, porque a manjedoura de seus corações continua cheia de “coisas”, menos Jesus Cristo!
Com a festa do Batismo do Senhor encerramos o tempo de Natal. Saímos dos evangelhos da infância de Jesus e nos colocamos na vigília de sua vida pública.
Jesus não se comporta como um filho privilegiado de Deus, mas se coloca na fila dos pecadores para receber o batismo de João Batista. É solidário com os menores, os pecadores, os últimos.
Como povo sacerdotal, assembleia de batizados, somos confirmados como filhos amados de Deus com a missão de ser luz (estrela) das nações e alegres anunciadores da boa-nova do Reino. Vivendo a fé recebida em nosso batismo, seremos capazes de apontar, como estrelas, somente para Jesus!
Mas para que isso seja possível é necessário repensarmos profundamente nosso Batismo, o primeiro dos Sacramentos da Iniciação Cristã, que nos adota como filhos, herdeiros, príncipes de Deus, partícipes de uma mesma e grande Família: a Família de Deus, a Igreja de Jesus Cristo. Deus nos adotando como seus filhos torna-nos irmãos uns dos outros e de Seu próprio “Menino”, cujo nascimento celebramos com tanto júbilo e ternura!
Gosto sempre de perguntar: Você sabe o dia em que foi batizado? Quem o batizou? Se souber, celebra seu batismo, como seu segundo parto, nascido dessa vez, do útero da Igreja, a Pia ou Bacia Batismal? Quem não sabe o dia de seu batismo, também não o celebra, pelo menos conscientemente. Procuremos celebrar melhor o nosso Batismo, participando da Festa do Batismo de Jesus.