Comemoramos no dia 22 de março, ou seja nesta sexta-feira, o DIA MUNDIAL DA ÁGUA. Tal data acontece em virtude da Resolução da ONU nº 47 de 22 de dezembro de 1992, a partir de 1993, observando as recomenda-ções existentes no capítulo 18 (Recursos de Água Doce) da Agenda 21, por uma iniciativa que começou em Dublin e cresceu na CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO – (ECO – 92), ocorrida no Rio de Janeiro em 1992.
Em 2006, o tema se relacionou à utilização da água como o maior propulsor do desenvolvimento mundial. Além de representar uma elevada parcela de presença no organismo da maior parte dos mamíferos – cerca de 70%, chega a 90% em outras espécies animais e vegetais. Não bastasse isso, qualquer produto fabricado na face da terra, em algum momento se utilizou da água em sua produção, e a utiliza para sua aplicação até a destinação final, quando, ao ser descartado, normalmente é em presença dela que ocorrem transformações dos seus componentes por simples degradação, mineralização ou reuso; e a quantidade de seu uso não é pequena… Supõe-se que esteja na casa de 800 a 1.500 litros de água consumida por habitante dia em nosso planetinha.
O leitor menos avisado irá se assustar e talvez dirá – “esse escriba é louco”! O pior é que é verdade: de 800 a 1.500 litros de consumo de água por habitante dia. O tecido de nossas roupas, seja qual for a sua natureza, utilizou água na sua fabricação; sua bebida preferida, além de ser constituída de cerca de 98% de água, em média, o vasilhame, o copo, de vidro ou de plástico, a cadeira, a mesa, desde a madeira ou produtos sintéticos, até a tinta ou verniz que dão acabamento, o papel que escrevi este texto, a tinta de impressão, a irrigação a fabricação de defensivos agrícolas e os remédios que tentam curar o envenenamento causado por eles, e assim por diante, utilizam-se desse precioso líquido para serem fabricados.
Em nossa região, e particularmente em Ribeirão Preto, daqueles 800 a 1.500 litros diários, pelo menos cerca de 350 litros são empregados para as atividades diárias que vão desde o dessedentar, até a limpeza doméstica que inclui a famosa “vassoura hidráulica” – aquela mangueira de jardim que fica jorrando água nas calçadas, particularmente no início da manhã, enquanto as vassouras verdadeiras ficam encostadas nos muros… E é um tal de empurrar sujeira sarjeta abaixo com a água da mangueira, enquanto grandes papos são trocados entre vizinhos! Toda essa água escoa pelos ralos da vida apesar de haver sido retirada do Aquífero Guarani, um dos mais nobres reservatórios de água doce do planetinha, tratada, quando necessário, a duras penas, fluoretada e distribuída a todos nós consumidores – que belo desperdício!
Segundo órgãos internacionais especializados, a quantidade de água necessária para uso doméstico e de dessedentação do ser humano se situa na casa dos 150 a 200 litros por habitantes! Estamos desperdiçando o nosso precioso H2O .
É ao escrever H2O que meus neurônios voltados à Química ficam “ouriçados” – então vamos lá. É comum que especialistas e ambientalistas citem a água como um “bem finito” – isto é meia verdade. A água em seus três estados: gelo, líquido e “vapor”, é praticamente constante na biosfera. Aliás, tende a aumentar pois, para cada um quilo de gasolina queimada (lembrar que o petróleo estava quieto lá em baixo), são produzidos cerca de 1,5 quilo de água.
O grande problema é quando o ser humano “coloca suas mãos” nesse precioso composto químico… Ele o degrada tal forma que dificilmente há a possibilidade de sua recuperação, seja por inviabilidade técnico-científica ou econômica, o que faz com que a água potável, ou mesmo aquela voltada para uso industrial, estar cada dia mais escassa, entre outras coisas, também pela dificuldade operacional de sua distribuição. É útil lembrar que os grandes centros urbanos estão captando água, quando a tem não degradada, em locais cada vez mais distantes.
Enquanto isso, a humanidade transforma diuturnamente nossos riachos, rios, lagos, mares e oceanos, no esgoto de nosso planetinha, lançando neles dejetos humanos “in natura”, material sólido de difícil dissolução e degradação e produtos químicos altamente tóxicos.
A água é realmente o recurso natural que move o mundo, e para continuar a movê-lo é necessário que seja utilizada de forma racional e parcimoniosa, quer em nossas casas ou no setor produtivo de qualquer natureza. É importante que seja lembrado o ano de 2006: a água é e sempre será o maior propulsor do desenvolvimento mundial.
COM A PALAVRA A HUMANIDADE…