Desta vez a Agrishow | Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação começou diferente. No domingo, com uma inédita solenidade oficial apenas para autoridades, convidados, expositores e imprensa, a 29ª edição da feira foi aberta oficialmente. Ontem, os portões foram abertos aos visitantes, com público abaixo do registrado no primeiro dia do evento em 2023 – que teve a seu favor o feriado do Dia do Trabalhador.
E já no domingo, a Agrishow trouxe a boa notícia ao agro: juntos, os governos Federal e do Estado de São Paulo anunciaram recursos que podem chegar a R$ 11,4 bilhões. Esses investimentos devem aproximar a feira da meta traçada pelos organizadores, que é repetir – ou, no mínimo, beirar – os R$ 13,290 bilhões em negócios registrados em 2023.
A solenidade de abertura, no domingo, contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; dos ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária; Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; e Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; além do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola, e outras autoridades.
Ao dar boas-vindas e declarar a feira aberta, o presidente da Agrishow, João Marchesan, destacou a importância de fomentar o setor de máquinas e implementos para a agricultura. Segundo ele, são pouco mais de 1.800 fabricantes, dos mais variados tipos de bens que abastecem, além do mercado nacional, mais de 50 países com bens de alta qualidade e sofisticação tecnológica. O setor espera, sobretudo, auxiliar no cumprimento da meta de elevar de 18% para 75% a mecanização da agricultura familiar.
“À medida que o Brasil investir na modernização de suas máquinas, no aprimoramento de irrigação e na expansão da capacidade de armazenagem, estaremos fortalecendo os pilares essenciais para impulsionar nossa economia e promover o crescimento do PIB. O Brasil já é uma potência agrícola e pode se tornar ainda maior. Há mercados e temos terra, clima, tecnologia, agricultores e máquinas”, disse Marchesan.
O presidente da feira destacou ainda que é necessário um “Plano Safra forte, em prol da sustentabilidade do agronegócio brasileiro, sacudido e retumbante, com recursos suficientes para atender a demanda do agronegócio brasileiro, com juros controlados e compatíveis com o retorno do investimento do agricultor porque as taxas que estamos convivendo atualmente são incompatíveis com a realidade e as necessidades do agronegócio”.
Ainda segundo ele, “neste contexto, não apenas promovemos o desenvolvimento econômico do país, mas também garantimos a segurança alimentar, a preservação ambiental e o bem-estar de milhões de brasileiros”.
Sem o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que no mesmo horário acompanhava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento na esquina das avenidas Professor João Fiúsa e Presidente Vargas, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola, anunciou o pacote de incentivos paulistas ao agro, cujos recursos podem chegar a R$ 1,4 bilhão (veja matéria).
As medidas do Governo de São Paulo reúnem R$ 500 milhões em aporte via Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro), R$ 300 milhões em linhas de crédito e subvenção por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) e R$ 600 milhões em créditos de ICMS – valor três vezes maior do que o disponibilizado em 2023.
Em tom amistoso e iniciando seu discurso com um “forte abraço ao amigo” Francisco Maturro, ex-presidente da Agrishow e lembrado com carinho em praticamente todos os discursos da solenidade de abertura, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a nova linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a CPR BNDES, criada para ampliar o apoio ao setor agropecuário e cujo crédito próprio para o agro brasileiro pode chegar a R$ 10 bilhões em 2024.
Fávaro também garantiu que o presidente Lula determinou que o Plano Safra 2024/2025, a ser divulgado em breve, seja recorde e “traga oportunidades” ao setor.
“Os juros começaram a ceder e, certamente, vão ceder no Plano Safra também. Serão menores que no ano passado. Quantos serão esses juros? Depende ainda dos cálculos, do tesouro, do orçamento e da responsabilidade fiscal, mas, em paralelo, nós estamos buscando recursos internacionais para o viés brasileiro de produção sustentável”, reforçou.
Encerrando a cerimônia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reiterou a importância da Agrishow e dos investimentos para a modernização cada vez mais constante da agricultura. “Eu venho aqui na Agrishow há mais de 20 anos e a feira só cresce”, disse, acrescentando ainda o anúncio da LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento).
“Vamos tornar o crédito mais barato e promover depreciação acelerada para renovar máquinas e equipamentos, ganhar em produtividade e avançar mais”, destacou.