O Ciclone Freddy deixou mais de 270 pessoas mortas em Moçambique e Malawi, onde um estado de desastre foi declarado, disseram as autoridades na segunda-feira, 13 de março. Pelo menos 225 pessoas morreram no Malawi, um dos países mais pobres da África, outras 707 ficaram feridas e 41 estão desaparecidas. Em Mocambique, são ao menos 21 mortes e 94 feridos.
As mortes em Malawi incluem cinco membros de uma única família que morreu no município de Blantyre, Ndirande, depois que os ventos destrutivos de Freddy e as fortes chuvas demoliram sua casa, de acordo com um relatório da polícia. Uma criança de três anos que estava “presa nos escombros” também está entre as vítimas, com seus pais entre os desaparecidos.
Em Blantyre, 60 mil pessoas foram afetadas e 19 mil estão desalojadas. “Suspeitamos que este número subirá, já que estamos tentando compilar um relatório nacional de nossos escritórios da polícia do sudoeste, sudeste e leste que cobre as áreas afetadas”, disse o porta-voz da polícia do Malawi, Peter Kalaya, à AP.
Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de desastre, inclusive na capital econômica Blantyre, anunciou a presidência. O ciclone Freddy se formou no noroeste da Austrália na primeira semana de fevereiro e pode se tornar o ciclone tropical mais duradouro já registrado.
A informação é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas. É a segunda vez que o ciclone – que tem causado destruição no sul da África desde o final de fevereiro – tocou terra firme na África continental. Ele também atingiu Madagascar e a Ilha da Reunião ao atravessar o oceano.
O percurso de Freddy
Freddy se desenvolveu pela primeira vez perto da Austrália no início de fevereiro e viajou por todo o sul do Oceano Índico. A agência meteorológica das Nações Unidas convocou um painel de especialistas para determinar se o ciclone quebrou o recorde estabelecido pelo Furacão John em 1994, de 31 dias.
O ciclone atravessou todo o sul do Oceano Índico e atingiu Madagascar em 21 de fevereiro, antes de chegar a Moçambique em 24 de fevereiro. Deixou 17 pessoas mortas e milhares desalojadas. A cidade portuária de Quelimane, localizada a cerca de 40 km do local onde o ciclone fez o aterro sanitário, ainda está isolada do resto do país.
Em algumas áreas, não há estradas, água ou eletricidade, disse por telefone Guy Taylor, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Várias tempestades ou ciclones atravessam o sudoeste do Oceano Índico a cada ano durante a temporada de ciclones, que vai de novembro a abril.