A novela representada pela internacionalização do aeroporto Leite Lopes se arrasta há mais de 15 anos com prejuízos generalizados tanto para o governo do Estado quanto para a própria comunidade ribeirão-pretana e regional. Essa novela – não raro oferecendo lances surpreendentes como a recente decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de proibir o transporte noturno de passageiros a partir do próximo dia 17 de março se não forem adotadas providências por ela recomendadas – precisa ter fim!
E um fim, claro, que satisfaça aos interesses não apenas de Ribeirão Preto, mas de todas as cidades de seu entorno, igualmente dependentes de transporte aéreo para suas locomoções nacionais ou internacionais, bem como na movimentação de cargas. Ocupei-me desse tema, recentemente, num dos meus primeiros pronunciamentos na Assembleia Legislativa (Alesp), após o recesso parlamentar de janeiro, quando fiz um veemente apelo ao governador Geraldo Alckmin para resolver, de vez, esse problema.
Demonstrei que o Estado perde, anualmente, cerca de um bilhão de reais por não ter tomado providências efetivas no sentido de colocar em funcionamento o Aeroporto Internacional de cargas e passageiros de Ribeirão Preto. Lembrei o absurdo de ter sido feita, há 15 anos, uma licitação para a construção, no aeroporto de Ribeirão Preto, de um armazém para cargas internacionais sendo investida, naquela oportunidade, uma verdadeira fortuna.
O armazém de cargas internacionais do aeroporto de Ribeirão Preto ficou pronto mas, até hoje, decorrido todo esse tempo, não passou por aquele imóvel um quilo sequer de alguma carga. A empresa Tead Brasil, vencedora da licitação aberta pelo governo do estado de São Paulo para operar um terminal de cargas internacionais no Aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, fez a sua parte: investiu R$ 43 milhões na construção de um galpão de 13 mil metros quadrados e construiu o terminal de cargas internacionais.
Para se ter ideia do prejuízo, com apenas dois voos internacionais de carga por semana, com a alíquota do ICMS de 18%, o governo do estado de São Paulo deixa de ganhar, anualmente, uma receita de cerca de R$ 1 bilhão e cem milhões. Um dinheiro que poderia, muito bem, ser aplicado em necessidades básicas da população em áreas como saúde, educação, moradias e outras mais!!!
Agora, há um compromisso do Ministério dos Transportes e do governo do estado de São Paulo através do qual serão investidos R$ 88 milhões para as obras de transformação do Aeroporto de Ribeirão Preto em aeroporto internacional de passageiros e de cargas; R$ 88 milhões dos quais o governo federal repassará R$ 79 milhões e o Estado entrará com cerca de R$ 9 milhões.
Mas quando nós vamos ter, efetivamente, essas obras? O governo do estado de São Paulo, portanto, tem de assumir a responsabilidade de exigir imediatamente o início delas; essa novela – reitero – precisa, urgentemente, de um final feliz!!!