Um dia depois de divulgar o Boletim Epidemiológico de agosto, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, concederam coletiva de imprensa para apresentar um relatório “apurado” do cenário na cidade. A entrevista ocorreu na tarde desta terça-feira, 18 de setembro, no gabinete do tucano no palácio Rio Branco.
O prefeito apresentou um comparativo dos últimos três anos dos casos de dengue, chikungunya, zika vírus, febre amarela, microcefalia e influeza na cidade. Citou o que o Tribuna já havia antecipado, que a incidência de dengue em Ribeirão Preto é a menor dos últimos dez anos.
No entanto, também é fato que a população relaxou e colaborou para a proliferação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti – transmissor de todas as doenças citadas, afora a gripe. O número de casos da dengue neste ano, com dados computados até 31 de agosto, é 141,1% superior ao do mesmo período do ano passado.
Os dois dizem que a quantidade de vítimas do mosquito é menor do que a do ano passado, mas 2018 ainda não terminou e as 217 ocorrências registradas até agora representam 88,2% do total de 2017, de 246 casos confirmados. Em oito meses, a diferença entre os exercícios é de 127 pacientes – foram 90 registros entre 1º de janeiro e 31 de agosto do período anterior.
Porém, há de se ressaltar que em comparação com outros anos os números são bem “modestos” – somente em 2016 foram 35.043 casos. O próprio secretário municipal da Saúde admite que, com o início do período das chuvas, a proliferação do vetor é inevitável e a tendência é de aumento no número de ocorrências. Ele conta com a ajuda da população e das equipes já preparadas para manter a doença sob controle.
A população pode ajudar e evitar a proliferação do Aedes aegypti. Basta não deixar água parada em recipientes como pratos de vasos para plantas, ralos, garrafas pet, pneus e por aí vai. “Nós estamos fazendo um trabalho bastante organizado de prevenção, de combate ao mosquito transmissor e todos esses fatores que podem ser controlados pela secretaria”, diz o prefeito.
“Os dados oficiais são extremamente satisfatórios, mas não é por isso que não iremos com mais intensidade ainda no combate, sem descuidar da limpeza, combate ao mosquito Aedes aegypti, campanhas de comunicação para mobilizar a população, como no ano passado, e manter o regime de vacinação sempre ativo em todas as enfermidades”, esclarece Duarte Nogueira.
O secretário da Saúde explica que, se avaliado o levantamento da dengue na última década na cidade, verifica-se que nos últimos dois anos foi possível manter um patamar razoável. “Estamos fazendo o controle da doença na cidade a partir do controle da proliferação do mosquito que transmite as doenças, através da limpeza da cidade, dos mutirões do Cidade Limpa, mais investimentos e ajuda da população”, diz Sandro Scarpelini.
Gripe influenza
“Os óbitos foram em pacientes com mais idade que tinham alguma doença e, como toda gripe, a incidência é no inverno. Por isso, nós precisamos para a próxima estação que todos se vacinem”, alerta o secretário. Ribeirão Preto registrou 23 mortes pelos vírus H1N1 e H2N2 neste ano.
Sandro Scarpelini ressaltou, ainda, que foi criado em Ribeirão Preto a Sala de Situação, composta pelo prefeito e secretários das principais pastas para que se comuniquem e troquem ideias sobre como fazer a prevenção. “As reuniões servirão para sabermos onde poderemos agir para evitar água parada, onde há mais incidência de casos suspeitos para agirmos com limpeza, drenagem de bueiros, de um prédio abandonado”, explica.
Série histórica de casos confirmados
Dengue
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.000 casos
2012 – 217 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 217 casos até o momento
Chikungunya
2016 – 09 casos
2017 – 40 casos
2018 – 04 casos
Zika vírus
2016 – 428
2017 – nenhum
2018 – nenhum
Febre amarela
2016 – 01
2017 – nenhum
2018 – nenhum
Microcefalia
2016 – 16 casos
2017 – nenhum
2018 – nenhum
Gripe – óbitos
2016 – 12 casos
2017 – nenhum
2018 – 23 casos
Casos confirmados
2016 – 93 casos
2017 – 41 casos
2018 – 92 casos