O Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde de São Paulo (estadual e municipal) confirmaram nesta quarta-feira, 4 de março, um terceiro caso importado do novo coronavírus no Brasil, o Covid-19. Além desse, as autoridades investigam outra possível infecção na capital paulista. Exames de contraprova estão sendo realizados para confirmar a amostra do possível caso.
O terceiro paciente confirmado com a doença é um administrador de empresas colombiano de 46 anos que vive na cidade de São Paulo e que viajou ao exterior ao longo do mês de fevereiro. Ele foi para a Espanha no dia 9 de fevereiro e desde então passou pela Itália, Áustria e Alemanha, antes de retornar à capital paulista no dia 29 de fevereiro.
Com tosse, dor de garganta e cabeça, ele procurou o Hospital Israelita Albert Einstein nesta quarta-feira, onde o teste foi realizado e a confirmação ocorreu.
O ministério informou também que monitora 531 casos considerados suspeitos. Outros 314 já foram descartados. A pasta acrescentou que a lista de países monitorados chegou a 31.
Os Estados com mais casos suspeitos são São Paulo (135), Rio Grande do Sul (98), Minas Gerais (82) e Rio de Janeiro (55), segundo dados compilados até 17h15. A Secretaria de Estado da Saúde paulista anunciou ainda que outras 131 suspeitas foram descartados por meio de análise laboratorial.
Quarto caso
Uma adolescente de 13 anos pode ser o quarto caso de coronavírus. Ela esteve em Milão, na Itália, no dia 22 de fevereiro. Na região das Dolomitas, nos Alpes Italianos, ela se submeteu a uma cirurgia no joelho em um hospital local. Mesmo sem apresentar sintomas, quando regressou ela foi testada em São Paulo, onde um laboratório privado confirmou o caso. A amostra está passando por uma contraprova no Instituto Adolf Lutz para verificar e confirmar definitivamente o caso.
Os outros dois casos confirmados no Brasil anteriormente também foram de pessoas que tinham viajado à Itália, onde o surto está avançando rapidamente. Os três casos confirmados e a jovem monitorada estão em isolamento domiciliar, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Nos dois primeiros pacientes, não há relato de problemas de saúde ou complicações decorrentes da doença nem foram registrados sinais e sintomas nas pessoas que convivem com eles.
Apesar do caso suspeito assintomático, Mandetta afirmou que a rede pública seguirá avaliando para novo coronavírus apenas pessoas que têm sinais da doença. “Ela fez uma coleta fora da curva. Para saúde pública, a gente continua somente com casos suspeitos quem tem sintoma. A gente não vai fazer exame, uma loteria, com todo mundo que chega para ver se tem a doença”, afirma o ministro.
Segundo Mandetta, a recomendação é seguir o “bom senso” para buscar um serviço de saúde. “Pela lei do bom senso, recomenda-se para pessoas que vão a locais de transmissão intensa”. O ministro voltou a recomendar que não sejam feitas viagens desnecessárias a países em alerta, ainda que não haja orientação formal do governo. Mandetta disse mais cedo que o teste da adolescente foi feito no laboratório Fleury, que ainda não está entre os credenciados pelo governo federal para este tipo de análise. Assim, será necessária uma contraprova, segundo o ministro.