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Adesão ao IPTU Digital é baixa

ALFREDO RISK

O IPTU Digital, criado pela prefeitura de Ribeirão Preto em 2021, é uma fer­ramenta que possibilita ao munícipe o recebimento, por e-mail, do carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano com os dados cadastrais do imóvel, demonstrativos de lançamento e todas as facili­dades para visualização e pa­gamento à vista ou parcelado.

Até o momento, 18.623 contribuintes fizeram a ade­são ao IPTU Digital, número pequeno em consideração aos 331.793 carnês impressos para o exercício de 2023. Represen­ta apenas 5,31% dos 350.416 imóveis cadastrados. O custo de impressão e de distribuição pelos Correios foi de R$ 3,00 por carnê.

Ou seja, a administração gastou R$ 995.379 apenas com impressão e distribuição. Já a economia chega a R$ 55.869. Afora isso, a prefeitura de Ri­beirão Preto diz que está cen­trada no desenvolvimento sus­tentável, colocando em prática os conceitos ESG (eixos Am­bientais, Sociais e de Gover­nança) para ajudar a reduzir o desmatamento.

A ideia é ter menos papel, menos metais pesados, tintas, energia e combustíveis etc. Com a migração dos carnês impressos para o IPTU di­gital, além da economia de recursos financeiros, o que realmente importa são “os ga­nhos de eficiência, agilidade, facilidade, sustentabilidade e o retorno social, ambiental e de governança, que são patri­mônios coletivos”, explica o secretário da Fazenda, Afon­so Reis Duarte.

A adesão ao IPTU Digital é rápida e fácil, basta o contri­buinte acessar o site da prefeitu­ra (www.ribeiraopreto.sp.gov.br) e da Secretaria Municipal da Fazenda e preencher for­mulário com Cadastro de Pes­soa Física, e-mail e número do cadastro do imóvel. Os critérios para adesão são es­tar com os dados cadastrais atualizados e ser proprietário do imóvel.

Levantamento da Secre­taria Municipal da Fazenda a pedido do Tribuna revela que 64.718 contribuintes foram inscritos na Dívida Ativa de Ribeirão Preto por não terem quitado o IPTU referente a exercícios anteriores a 2023. O valor que a prefeitura tem a re­ceber por estes débitos é de R$ 334.257.566,02.

A Dívida ativa do IPTU re­fere-se ao não pagamento do imposto do imóvel do proprie­tário. A inadimplência pode ocasionar algumas consequ­ências ao contribuinte, como nome negativado, dificuldade de abertura de conta bancária e solicitação de empréstimo.

Em última instância judi­cial pode haver a penhora de bens, e dependendo do valor da dívida, acarretar na perda do bem. Já a inadimplência do imposto em 2023 revela que, até julho, 97.154 muní­cipes tinham uma ou mais parcelas do tributo em atraso. O débito neste caso atinge R$ 64.904.222,84.

Reajuste
O IPTU de 2023 subiu 6,46% em Ribeirão Preto, bem abaixo dos 11,08% do ano pas­sado. O mesmo percentual de correção vale para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), infrações e ta­xas municipais.

O decreto número 264/2022, assinado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e pelos se­cretários Afonso Reis Duar­te (Fazenda), Antonio Daas Abboud (Governo) e Ricardo Aguiar (Casa Civil, hoje na pasta de Esportes), foi pu­blicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 11 de novembro.

O reajuste previsto em lei tem por base a inflação acu­mulada em doze meses, entre novembro de 2021 e outubro de 2022 – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consu­midor (INPC), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) em 10 de novembro.

A inflação medida pelo INPC vem sendo usada como base de reajuste há mais de 15 anos. O indexador só não é usado quando há a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV). Em 2022, o IPTU e os demais impostos e taxas muni­cipais subiram 11,08%.

Já faz quatro anos que a prefeitura de Ribeirão Pre­to desistiu de revisar a Planta Genérica de Valores (PGV), depois de duas tentativas que foram barradas na Câmara de Vereadores, em 2017 e 2018. Em agosto, por meio de nota, a pasta informou que não pre­tendia revisar a planta.

O reajuste de 6,46% passou a vigorar em 1º de janeiro. Em 2021, o IPTU foi reajustado em 4,77%. Em 2020, o tributo sofreu correção de 2,55% e, em 2019, de 4%. A aplicação do INPC como indexador oficial dos tributos e taxas municipais está prevista em lei.

Em 2012
A Planta Genérica não pas­sa por mudanças desde 2012 – o projeto aprovado começou a valer em 2013, com um limi­tador de 130% aprovado pela Câmara, mas muitos contri­buintes receberam carnês com aumentos superiores a 500%. No total, foram emitidos 345.658 carnês do tributo deste ano – sendo 304.700 prediais e 40.958 territoriais. Deste total, 13.555 são digitais. A modali­dade está disponível no site da prefeitura (www.ribeiraopreto.sp.gov.br).

Recorde
Para 2023, a Secretaria Municipal da Fazenda esti­ma que o Imposto Predial e Territorial Urbano vai injetar R$ 494.000.000 nos cofres de Ribeirão Preto, aumento de 12,5% e R$ 55.000.000 a mais que os R$ 439.000.000 previs­tos para 2022. A previsão de arrecadação consta da Lei Or­çamentária Anual (LOA).

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