Por Renato Jakitas
O primeiro dia de paralisação dos funcionários dos Correios na capital, Grande São Paulo e Sorocaba contou com a adesão de 70% da categoria nesta quarta-feira, 27, segundo informações do sindicato dos trabalhadores (Sintect-SP).
A região tem atualmente 19 mil colaboradores, que cruzaram os braços oito dias após a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) declarar estado de greve, com adesão de 22 Estados.
De lá para cá, segundo o sindicato, houve sete tentativas de acordo com a empresa. De um lado, os Correios oferecem a manutenção de benefícios e 3% de reajuste em salários, que passariam a vigorar a partir de janeiro de 2018. Os trabalhadores, por sua vez, pedem 10% de aumento nos benefícios e reajuste de R$ 300 nos salários, equivalente a cerca de 18% de aumento para o piso da categoria, que hoje é de R$ 1.613.
“A inflação de 1º de agosto de 2017 com 1º de agosto do ano passado, que é nossa data base para o dissídio, foi de 2,71%. Quando os Correios oferecem 3% de reajuste a partir de 2018, nas verdade eles não estão nem repondo a inflação”, diz Manoel de Lima Feitosa, diretor do Sintect-SP.
Na última segunda-feira, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) concedeu liminar em favor dos Correios determinando a presença de 80% do efetivo em cada unidade da empresa, sob pena de multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento. Na manhã de quarta-feira, os Correios ingressaram com ação de dissídio coletivo, o que na prática leva a definição do aumento salarial para a Justiça.