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Acusação usa vídeos inéditos contra Trump

Deputados democratas exi­biram na quarta-feira, 10 de fevereiro, vídeos inéditos para sustentar a acusação contra Donald Trump no julgamento do impeachment do presiden­te, realizado no Senado. As imagens mostram os senadores sendo retirados do plenário, no dia 6 de janeiro, quando o Con­gresso foi atacado.

Em uma das cenas, o então vice-presidente, Mike Pence, é conduzido por agentes do Ser­viço Secreto, junto de sua fa­mília, para fugir dos invasores. No andar inferior, apoiadores de Trump buscavam Pence e a presidente da Câmara, a demo­crata Nancy Pelosi, com intuito de matá-los.

Os senadores assistiram em silêncio e, pela primeira vez, viram os registros internos das câmeras de segurança. A acu­sação aposta na sensibilização dos parlamentares, que são ao mesmo tempo juízes e vítimas do ataque. “Trump renunciou ao seu papel de comandan­te-chefe e tornou-se o incita­dor-chefe”, disse Jamie Raskin, líder do grupo de deputados responsáveis pela acusação.

Entre as cenas, há imagens do segurança Eugene Good­man, que distraiu a multidão para evitar que extremistas chegassem ao plenário, orien­tando o senador Mitt Romney a mudar de direção. No vídeo, o republicano corre para não se defrontar com os invasores. Em outra imagem, o atual líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, corre junto aos seguranças de um lado para o outro em um corredor.

Os democratas relembra­ram as vezes em que Trump rejeitou a transição pacífica de poder, antes da eleição, com ví­deos e imagens das frequentes postagens do ex-presidente no Twitter com falsas acusações de fraude eleitoral.

A acusação sustenta que Donald Trump tentou desle­gitimar o processo eleitoral durante meses e instigou seus apoiadores a lutarem contra a certificação de Joe Biden, sen­do responsável pela tentativa de ataque ao Capitólio.

No dia da invasão, Pence ti­nha a missão de conduzir a ses­são de certificação da eleição de Biden, na função de presidente do Senado. Trump, no entanto, continuava a clamar vitória e dizia que os democratas frauda­ram o resultado. Em discurso no dia 6, ele pediu que a multidão lutasse por ele. “Se Pence fizer a coisa certa, nós vencemos.”

“Ele construiu essa multidão por muitos meses”, disse o depu­tado Eric Swaldell, um dos líde­res da acusação. “Ele os fez acre­ditar que a vitória foi roubada e os incitou para que pudesse rou­bar a eleição para ele mesmo.” Os republicanos, porém, não pretendem condenar Trump, que pode se tornar inelegível com o impeachment.

Os democratas precisam do voto de 17 dos 50 senadores republicanos e só então abrir a votação para torná-lo inelegível. Mas as defecções são considera­das improváveis em razão da in­fluência que Trump ainda exer­ce na base eleitoral do partido.

Pesquisa realizada pelo site Vox em e pelo Data for Pro­gress mostrou que 72% dos eleitores republicanos ques­tionam o resultado da eleição e 74% dizem que as alegações de fraude contribuem para esse sentimento. Além das imagens, os democratas fi­zeram os senadores ouvirem áudios trocados por policiais no dia do ataque, no qual os agentes se mostram desespe­rados com a invasão. Imagens de policiais feridos foram exi­bidas várias vezes.

O julgamento deve se es­tender durante o fim de sema­na. No sábado, 13, a pedido da defesa, não haverá sessão, mas o processo pode ser retomado no domingo, 14 de fevereiro. A expectativa é encerrar o caso no início da semana que vem.

Nenhum dos dois partidos pretende prolongar o impeach­ment, que tem resultado já espe­rado. Os republicanos querem virar a página de um ataque que marcou negativamente a histó­ria do partido. Os democratas desejam liberar a pauta do Con­gresso para discutir o pacote de socorro econômico de Biden.

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