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Acordo da poupança paralisa processos na Justiça

Assunto para quem tem ou teve dinheiro na poupança ou ainda alimenta o desejo de ter, um dia, sua caderneta de poupança. Coisas do Brasil atual!

Durante alguns anos, começando em 1987, os rendimen­tos das cadernetas de poupança não foram feitos correta­mente (nem é preciso detalhar pra ninguém, mesmo que seja alguém que não tenha uma boa memória; todos lembramos).

As diferenças foram reclamadas na Justiça. Foram pro­postas ações em favor de centenas de milhares de poupa­dores em todo o país.

Por um passo de mágica o governo brasileiro conseguiu paralisar essas demandas sobre poupanças, que entupiram o Judiciário em seus diversos níveis.

Foram anos de paralisação, inicialmente seriam sómen­te2 anos, mas passaram de 10 anos, com a promessa de reativar as demandas a partir de 2026.

E só após, quando julgadas, poderão aguardar a decisão quanto aos pagamentos. E estes, provavelmente, possíveis para depois dos anos 2030 e seguintes, pelo “andar da carruagem”.

A Justiça ficou condicionada aos termos do compro­misso posto no papel.Processualmente, houve a homologa­ção, como ajustado na petição apresentada judicialmente.

Se não bastasse a demora natural do Judiciário, essa é uma paralisação de processos considerada “uma maldade” aos poupadores brasileiros, escreveu o experiente advoga­do gaúcho Adelino Oliveira Soares, já com seus 84 anos de idade, como tantos dos poupadores-credores das diferen­ças; dá para imaginar como reagem numa situação destas.

Portanto, um verdadeiro direito de herança, porque é poupança que só será para os filhos, netos, e bisnetos, se existirem, uns 40 anos mais tarde.

Consideremos que essa é uma triste história do Brasil em que vivemos, encontrada num compromisso público (celebrado em juízo) com o evidente objetivo de impedir o Poder Judiciário de julgar, decidir e amparar milhares de brasileiros credores das cadernetas de poupança. O tal propósito se consuma.

O dinheiro dessas cadernetas de poupança, certamente, conseguiria ajudar a salvar vidas, contribuindo na saúde, na educação e garantindo menor sofrimento dos que, se ainda sobreviventes forem, até passam fome, embora cre­dores do seu próprio país.

O que muito desagrada é lembrar – sem esforço al­gum, o quanto já se estimulou a prática da poupança em cadernetas oficiais, tidas como garantidas pelo governo. Os brasileiros acreditaram (nem havia motivo para não fazê-lo) e deu no que deu. Um dia, recuperar aquela antiga credibilidade não será fácil, para não dizer impossível. As coisas pioraram muito, em todos os sentidos, especialmen­te a gestão pública deste país.

Os poupadores se organizam e pedem, a todos, que pu­derem, para enviar, eletronicamente, ao Supremo Tribunal Federal, seu descontentamento pela inédita e esdrúxula paralisação (no Recurso Extraordinário-RE sob nº626.307) que, tudo indica, atende interesses dos bancos.

Essas são daquelas verdades que não se falam, nem são caminhadas à mídia nacional, porque, obviamente, não há desejo que os brasileiros saibam, avaliem e divulguem, mas, acreditem se quiserem.E que cada um faça o seu próprio juízo.

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