A associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) emitiu nota nesta sexta-feira, 26 de junho, na qual diz entender a decisão do governo paulista de manter a região na zona Vermelha do Plano São Paulo e declara apoio aos protocolos sanitários elaborados pelo Estado, porém, lamenta “a incapacidade ou falta de coragem para ir além”.
Diz que “não basta fechar serviços considerados não essenciais sem que se apresentem alternativas viáveis, que respeitem, ao mesmo tempo, a integridade física do ribeirão-pretano e permitam ao empresariado sobreviver. Na prática, o poder público trancou a porta e jogou fora a chave”. A Acirp defende que a dimensão e a gravidade da atual crise socioeconômica exigem que se pense além do lugar-comum.
“É isso que fazemos, este é o nosso compromisso com os quase seis mil associados e é esta mesma conduta que se espera daqueles que regem e governam”. Destaca que, de acordo com os dados divulgados pelo governo do Estado, Ribeirão Preto só seguirá no vermelho por um único motivo: o aumento do número de casos positivos que são, por sua vez, consequência do aumento da quantidade de testes realizados.
Os números do Comitê de Contingenciamento da Covid-19 mostram desaceleração dos óbitos, das internações e da ocupação de leitos. “Por essas variáveis, Ribeirão poderia voltar à fase laranja”, diz a associação em comunicado. “A Acirp, dentro das suas limitações locais e regionais, busca cumprir o seu papel com os associados, empresariado e a cidade: a entidade tem preenchido as lacunas deixadas pelos governos e segue apresentando soluções que, ao menos, façam com que o empresariado local possa ter um alento.”
A entidade defende, por exemplo, que o sistema “take out”, com a retirada de produtos nas lojas pelos clientes, seja implantado de imediato em todo o comércio, não apenas no setor de alimentação e atividades consideradas essenciais. A Associação vem negociando com a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp) a abertura de 20 bolsões de “drive thru” nos principais corredores comerciais da cidade para que o comércio possa se organizar e manter sua atividade.
Sincovarp
“Todos os municípios paulistas estão nas mãos do governo estadual que é quem tem o poder de decidir onde, quando, quais setores e por quanto tempo o comércio poderá abrir. Infelizmente os indicadores do momento são desfavoráveis”, lamenta Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP). “A permanência de Ribeirão Preto na fase vermelha vai intensificar a crise socioeconômica que já atinge, de forma grave, nossa cidade e região. Serão mais demissões e fechamento de empresas”, emenda.