Depois de declarar apoio ao decreto nº 76 do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira, 24 de março, que declara estado de calamidade pública na cidade até 26 de abril, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) enviou ofício ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) nesta sexta-feira (27) defendendo a reabertura de estabelecimentos que não prestam serviços essenciais, desde que preservada a saúde da população.
O decreto determina o fechamento do comércio central – calçadão e entorno – e dos bairros – corredores comerciais como os das avenidas Saudade (Campos Elíseos) e Dom Pedro I (Ipiranga) e Boulevard (Jardim Sumaré e Alto da Boa Vista) – nos quatro shopping centres da cidade – RibeirãoShopping, Santa Úrsula Shopping, Shopping Center Iguatemi e Novo Shopping –a não ser os serviços essenciais, de delivery (entrega em domicílio) e drive thru.
A medida impõe o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança. O fechamento do comércio atinge todas as lojas com atendimento presencial, inclusive bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só podem atender pedidos por telefone ou serviços de entrega.
Só ficaram abertos estabelecimentos com atendimento presencial que prestam serviços considerados essenciais. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias – que não podem permitir o consumo no estabelecimento durante a quarentena. Em abastecimento, podem atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de gasolina, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, entre outros.
Na nota assinada pelo presidente Dorival Balbino, a Acirp diz que “diante do momento de profunda crise que o País atravessa, vem a público manifestar, em defesa de seus associados, colaboradores, consumidores e da sociedade civil em geral, sua preocupação com os rumos da economia de Ribeirão Preto após o Poder Público Municipal ter decretado a paralisação de inúmeras atividades em nossa cidade, interrompendo a prestação de serviços e o comércio em geral.”
E informa que “em nosso entendimento, esta é uma decisão que poderia ter sido melhor planejada, de modo a minimizar os impactos negativos de tal medida sobre as empresas e os empregos. Acreditamos que a decisão tomada tem trazido graves prejuízos à economia e à sociedade, que tendem a se agravar e dificilmente serão revertidos ao longo dos próximos anos.”
Diz que neste sentido, “nossa associação, atuando em prol das atividades empresariais indispensáveis à geração de renda e empregos e do empreendedorismo, encaminhou ofício ao prefeito municipal, Duarte Nogueira, concitando-o a reavaliar tal determinação. Pleiteamos que, preservadas as vidas e a saúde da população, possa haver uma forma ordenada de retorno das atividades do comércio e dos serviços em geral, se essa for considerada a melhor decisão, buscando uma alternativa de minimizar os riscos para os trabalhadores e empresas.”
Nesta segunda-feira, 30 de março, o prefeito Duarte Nogueira vai comandar uma videoconferência com a participação do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, o epidemiolgista Benedito Lopes da Fonseca, do Hospital das Clínicas, Acirp, Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP), Câmara de Vereadores, Polícia Militar, Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SRHBS), segmentos de transporte turismo, entre outros.
Na reunião, ele vai apresentar os motivos do decreto de calamidade pública e a importância de manter o isolamento e o distanciamento social como forma de proteção da sociedade. Vai apresentar números sobre a evolução da doença na cidade, no mundo, no Estado de São Paulo e no Brasil e reforçar que não pretende relaxar a medida – no caso das aulas na rede municipal, pode até ser prorrogada, já que vai até 7 de abril e o decreto, até dia 26. Porém, ressalta que vai ouvir a todos.