Depois do Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade, que reúne 23 entidades empresariais e setoriais e mais de 80 empresários e moradores impactados pelas obras do corredor do quadrilátero central e da avenida Nove de Julho, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) também se manifestou sobre a extensão do prazo, em 120 dias (quatro meses), para conclusão do projeto no Centro.
Destaca que “a mudança no cronograma de obras no Centro da cidade, divulgada no apagar das luzes da última sexta-feira (12), não foi devidamente detalhada nem tampouco comunicada previamente à entidade ou aos lojistas afetados conforme acordado com o Poder Público.”
O cronograma, que soma quatro meses ao prazo original, ampliando de 18 para 22 meses o período de intervenções na região Central, causa muita preocupação entre os empresários, “uma vez que afetará a circulação de consumidores em datas comerciais importantes, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais.”
A associação tem feito diversas ações para minimizar os efeitos econômicos das obras para as empresas, como divulgar informações, estimular a recuperação do comércio de rua e subsidiar estacionamento para o público em algumas áreas.
“A falta de planejamento por parte da prefeitura, entretanto, mina muito desses esforços inclusive por descumprir com o combinado que poupava as datas importantes do comércio”, destaca Sandra Brandani, presidente da Associação Comercial e Industrial.
“Já fizemos contato com o secretário de Obras e com a construtora para solicitar o cronograma atualizado de forma a entender quais trechos serão prejudicados diretamente com a mudança, quando e a que custo para apresentarmos propostas que reduzam os impactos para nossos associados”, afirma a presidente.
Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp, lembra que a associação é favorável à modernização da cidade, mas que o planejamento não pode ser negligenciado, pois gera consequências graves para o empresariado e para a população.
“Entendemos que as tubulações no Centro são antigas e precisam ser trocadas, mas essa questão já deveria estar contemplada no projeto executivo, no edital e no cronograma. Aparentemente é um problema é semelhante ao ocorrido na Nove de Julho, por exemplo”, destaca o gestor.
Na sexta-feira, a Secretaria Municipal de Obras Públicas solicitou o aditamento no contrato para a construção do corredor de ônibus do quadrilátero central. O prazo de entrega das obras será estendido em mais 120 dias. O valor não foi alterado. Custará R$ 20.774.887,51. As obras começaram em maio do ano passado. Com a ampliação, a conclusão passou para o primeiro semestre de 2025.
A prefeitura diz que a extensão do prazo é necessária para que os serviços de substituição das galerias de águas pluviais, afim de melhorar a drenagem e a implantação de novas redes de água e esgoto, sejam realizados. “As redes de água, esgoto e gás tem mais de 50 anos, são antigas, e precisam ser totalmente substituídas. Este serviço acabou atrasando o andamento das obras do corredor”, diz o secretário Pedro Luiz Pegoraro.
Além dos sistemas de saneamento básico, a rede de distribuição de gás está sendo adequada às novas diretrizes viárias, com rebaixamento e realocação adequados. As obras de implantação do corredor de ônibus do quadrilátero central, importantes para trazerem mais mobilidade e fluidez, vêm sendo executadas em duas importantes vias do Centro: as ruas Barão do Amazonas e Visconde de Inhaúma.
O corredor de ônibus do quadrilátero central é um dos mais importantes do município, interligando outros corredores ao Terminal Urbano Doutora Evangelina de Carvalho Passig, passando pelas avenidas Jerônimo Gonçalves e Doutor Francisco Junqueira, e por quatro ruas do Centro.
Na Visconde de Inhaúma e Barão do Amazonas, interligará a avenida Francisco Junqueira à Nove de Julho, e na Florêncio de Abreu e Lafaiete, a Jerônimo Gonçalves à avenida. Independência. Os sete quilômetros de extensão do corredor passarão por 90 quarteirões, sendo que 50% já estão com asfalto novo, de alta resistência, para suportar o peso dos veículos.