A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) enviou na última quarta-feira, 15 de março, um oficio à prefeitura defendendo que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) seja instalado no prédio do extinto Colégio Metodista, na rua Florêncio de Abreu nº 714, Centro.
A iniciativa tem como base a discussão da audiência pública sobre a instalação do novo espaço de ensino realizada no último dia 6, na Câmara de Vereadores. A escola centenária foi fechada em janeiro de 2022 após falência do grupo gestor.
“A instalação do IFSP no espaço do Metodista, que ocupa um quarteirão inteiro e tem localização privilegiada, pode fomentar a revitalização e ocupação do Centro com a presença de alunos, professores e demais profissionais envolvidos”, defende o presidente da Acirp, Dorival Balbino.
O pedido foi encaminhado ao prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e também está sendo avaliado por uma Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, sob a presidência do vereador Alessandro Maraca (MDB).
O prédio do Colégio Metodista fica na rua Florêncio de Abreu, entre as vias Cerqueira César e Barão do Amazonas, com entrada também pela rua Lafaiete. A instituição de ensino operou na cidade durante 123 anos, atendendo alunos desde a educação infantil até o ensino médio.
A Acirp, que há anos encabeça uma luta pela revitalização da região Central, defende as vantagens do edifício, cujas instalações estão prontas para as atividades do IFSP e com a vantagem de preservar um patrimônio que faz parte da história do município e de tantas gerações de ribeirão-pretanos.
“O local já possui salas de aula, quadra poliesportiva, teatro, tudo para permitir a instalação do Instituto no menor prazo possível e com custos reduzidos, sendo necessários apenas alguns reparos, visto que o fechamento da escola é recente”, reforça o gestor de Relações Institucionais e Marketing da Acirp, Carlos Ferreira.
O presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), Lucas Gabriel, anunciou no dia 9 de março, a intenção de iniciar tratativas com a prefeitura de Ribeirão Preto para viabilizar o tombamento do prédio do imóvel do Colégio Metodista.
No documento enviado à Câmara, Gabriel afirma que com o tombamento seria mais fácil a instalação da unidade no local. Diz ainda que o imóvel histórico preenche os pressupostos de proteção do conselho do patrimônio por estar na área de ambiência da Catedral Metropolitana de São Sebastião, a Igreja Matriz de Ribeirão Preto, tombada como patrimônio de preservação histórica.
O presidente do Conppac afirmou ao Tribuna que mesmo sem o tombamento, por estar em uma região com vários imóveis tombados – denominada envoltória – qualquer obra a ser feita no prédio do Colégio Metodista já precisa ser autorizada pelo Conppac.
A prefeitura de Ribeirão Preto, no entanto, prefere que o IFSP seja instalado nas dependências da Escola Municipal de Ensino Profissional Básico (Emepb) Doutor Celso Charuri, na avenida Luiz Gavão Cezar, Planalto Verde, Zona Oeste, por ter estrutura compatível com a do instituto e pertencer ao município. A previsão é de que as aulas no futuro campus comecem no segundo semestre de 2024.
O Tribuna apurou que a Celso Charuri é o local preferido tanto pelo governo federal quanto pela prefeitura para a instalação do Instituto Federal. No caso do governo Duarte Nogueira, a utilização do espaço não teria custo adicional para o município, pois é o proprietário do espaço.
Já para o Instituto Federal, como a escola tem terreno anexo sem edificação, permitiria futura ampliação do IFSP. Já o outro imóvel cogitado para a instalação, o do antigo Colégio Metodista, localizado na rua Florêncio de Abreu, no Centro, tem dois fatores complicadores.
Custo
O primeiro, o custo para a compra pelo município. Segundo a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), proprietária do imóvel, ele está avaliado em R$ 16 milhões. O outro fator complicador seria o fato de o imóvel não ter terreno anexo para a ampliação futura do Instituto Federal.